Defensora Pública revela os sérios e graves ”problemas” do Conjunto Penal de Jequié

Defensora Pública Itanna Pelegrinni, atua na 4ª Regional
Itanna Pelegrinni, atua na 4ª Regional do DPE. (Foto: Del Santos)

A defensora pública, Itanna Pelegrinni, que atua na 4ª Regional da Defensoria Pública da Bahia, com sede em Jequié, uma das duas que entraram com uma Ação Ordinária com Pedido de Liminar junto a Vara de Execuções Penais da comarca de Jequié para impedir a transferência de presos de Vitória da Conquista para o Conjunto Penal de Jequié (CPJ) – a outra foi a defensora Yanna Melo -, concedeu entrevista ao repórter Dell Santos (Jequié FM – 89,7 na qual cita muitos problemas enfrentados pelos internos na referida unidade prisional. Ao esclarecer os motivos de ter tomado atitude de recorrer ao Poder Judiciário de Jequié, a defensora afirmou que o CPJ não tem condições de receber mais ninguém. ”O local está infestado de baratas, escorpiões e ratos, cujo combate é feito por galinhas e gatos que são criados exclusivamente para tal finalidade. Uma vergonha isso. O CPJ sobre com problemas como superlotação, falta de segurança nos módulos, insuficiência de alimentos, policiamento, agentes penitenciários, inexistência de sistemas de alarme, infiltrações, rachaduras. O prédio construído para comportar 368 internos, hoje, abriga 857 detentos. Com a firme atitude dessas duas defensoras públicas e da juíza Letícia Fernandes, da Vara de Execuções Penais da Comarca de Jequié, foi possível evitar o que pode ser classificado de caos, tendo em vista que, caso os 80 presos de Conquista fossem transferidos para cá, fatalmente ia faltar água e a higiene, que já não tem. A vinda de mais presos somente ia agravar uma situação que não boa. “A única forma de garantir o mínimo de integridade dos internos foi essa”, justificou a defensora.

A defensora Itanna Pelegrinni informou ainda que faz tempo que o governo não faz entrega de colchões. “Se alguém tem colchão é porque algo parente levou”, disse ao falar de outras carências importantes como a ausência de medicamentos, que os internos têm direito. “Agora nem a saúde básica eles estão tendo”, lembrou. Contou que existe uma enfermaria no Conjunto Penal de Jequié, mas que não funciona a contento. Era para ter médicos, odontólogos, psicólogos e psiquiatras, contudo, somente conta com psicóloga e algumas enfermeiras, conforme relatou a defensora. Outro problema muito sério em relação à assistência à saúde citado por Itanna Pelegrinni. Como não tem escolta policial noturna, quem precisa de atendimento à noite fica à mingua, conforme informações publicadas no site Jequié e Região.