Candidato ao TCM, ex-deputado Marcelo Nilo prevê que até a terça-feira deve conseguir as 20 assinaturas da oposição

Nilo quer concorrer a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas. Foto: Bahia Notícias

O ex-deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos) tem batido ponto quase que diariamente na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), com o objetivo de arrematar os últimos apoios para concorrer a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

Cada candidato precisa de, no mínimo, 13 assinaturas para se inscrever. Nilo garante que já tem o mínimo e prevê que ”até terça-feira, consiga reunir as 20 assinaturas”. Muito embora não se considere um candidato nem da oposição, nem do governo e, sim, da própria Assembleia, Marcelo Nilo espera contar com o apoio unânime da bancada oposicionista, que é liderada por Alan Sanches (União). Para vencer o pleito, vai precisar de mais 12 votos que ele terá que angariar junto à ala do governo para somar o total de 32 necessários. ”Eu tenho uma ótima relação com os deputados, afinal de contas foram 28 anos aqui nesta Casa. Eu estou trabalhando para me eleger e conversando com todos” afirmou.

CISÃO?

Nesta quinta-feira (7), o deputado Alan Sanches soltou uma nota à imprensa negando que estivesse coletando assinaturas em favor de Marcelo Nilo ou qualquer outro candidato. O comunicado de Sanches causou um princípio de incêndio na bancada. A reportagem do Bahia Notícias descobriu que o líder da oposição teria, supostamente, se comprometido com Nilo, na presença de seis deputados, a reunir as assinaturas. Ainda de acordo com a apuração, o pedido teria partido do prefeito da capital baiana, Bruno Reis (União), que teria formalizado a orientação por telefone. Sobre isso, Marcelo Nilo salientou que ele mesmo estaria ”colhendo as minhas assinaturas”.

Ao Bahia Notícias, o líder Alan Sanches refutou as informações em tom de surpresa: ”Isso nunca aconteceu, de onde surgiu isso? Isso não tem nada a ver. Bruno [Reis] não me ligou para falar absolutamente nada a respeito do TCM, nem [ACM] Neto. Como que eu vou coletar assinaturas se a vaga sequer ainda está aberta?”, perguntou.

Outro fato descoberto pela reportagem é que Sanches teria feito um acordo com o líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), e o presidente da AL-BA, Adolfo Menezes (PSD), para que a inscrição do TCM fosse aberta, ainda este mês, e colocada em votação em fevereiro de 2024, no retorno dos trabalhos do Legislativo.

De acordo com Alan Sanches, a vaga do TCM ainda não tem vacância, ou seja, ainda não existe e precisa ser comunicada à AL-BA. ”Marcelo [Nilo] está muito ansioso. Adolfo se comprometeu a abrir a inscrição este mês se a comunicação oficial chegar. Como a última votação encerra em 19 de dezembro, é possível que não chegue, o conselheiro Fernando Vita precisa se aposentar primeiro. O regimento interno não diz, expressamente, um período que a Casa tem que pautar. Pode ser que em fevereiro a inscrição seja aberta, mas essa é uma decisão que caberá, somente, ao presidente da Casa”, explicou.

Perguntado se após o ruído ficou alguma mágoa, Alan Sanches foi taxativo. ”Eu, de maneira alguma, disse a ele que colheria assinatura. Eu não estou comprometido nem com Nilo, nem com ninguém. Eu torço para que ele ganhe, ele tem mérito para isso, foi presidente da AL-BA, mas primeiro a bancada precisa se reunir. Marcelo conversou com alguns deputados de forma individual, mas o apoio da bancada é uma decisão que cabe a todos, não ao deputado A ou B. Bruno e Neto sequer falaram sobre o tema”, frisou.