Como delatado à Procuradoria-Geral da República (PGR), a JBS fez doações a 28 partidos. Dentre eles, o PP, em que 71% dos deputados e 43% dos senadores foram financiados pelo grupo empresarial. Em alguns casos, de forma ilícita, como confessado pelo deputado federal Jair Bolsonaro. ”Partido recebeu propina sim, mas qual partido não recebe propina?”, minimizou em entrevista à Rádio Jovem Pan. ”Eu sabia que era dinheiro da Friboi. Disse que não queria o dinheiro. (…) Meu partido tem R$ 5 milhões por mês de fundo partidário e me passam R$ 200 mil. Acha que estou na pedalada? Por que você não me responde o que Alberto Yousseff falou na delação? Que dois deputados do PP não pegaram dinheiro da Petrobras. Um fui eu. Queria que eu fizesse o que? Teve mais também, na ação do Mensalão, teve o caso de Joaquim Barbosa. Ele leu seu voto e leu meu nome, disse que fui único da base aliada que não fui comprado pelo PT. Isso não conta?”, retrucou o deputado conservador, pedindo para que não fosse rotulado de corrupto. Bolsonaro se elegeu pelo PP do Rio de Janeiro, mas hoje integra o PSC. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que o político recebeu R$ 200 mil da JBS para a campanha e que teria encaminhado esse dinheiro como doação ao PP. ”Começaram as eleições de 2014. Me liga o presidente do meu partido [na época, Ciro Nogueira] e diz que vai botar R$ 300 mil na minha conta. Disse que tudo bem, mas que colocasse R$ 200 mil na minha conta e R$ 100 mil na do meu filho [o deputado Eduardo Bolsonaro]. Quando vi o nome da Friboi, perguntei se queriam estornar. Falei que ia para a Câmara dos Deputados, ia jogar R$ 200 mil e dizer que é dinheiro do povo, porque foi dinheiro que pegaram do PT para se coligar com o meu partido”, contou Bolsonaro. Ele ressalta que o dinheiro não vinha diretamente da Friboi, mas sim do partido. Publicação do site Bahia Notícias