Bolsa brasileira sobe ”1,3%” com resultado positivo de vacina contra o coronavírus

A Bolsa brasileira subiu 1,34% nesta quarta-feira (15), a 101.790 pontos, maior patamar desde 5 de março. Durante o pregão, o Ibovespa chegou a superar os 102 mil pontos.

A alta veio após a Moderna ter sucesso na fase 1 dos testes de sua vacina contra o novo coronavírus. Segundo os resultados preliminares publicados na revista científica The New England Journal of Medicine na terça (14), a vacina americana induziu resposta imunológica de combate ao Sars-CoV-2 nos 45 participantes do estudo. Anticorpos neutralizantes do novo coronavírus foram detectados por dois métodos em todas as pessoas imunizadas.

Em nota, a Moderna diz que os dados dão suporte para o início de um estudo clínico maior, de fase 3, que vai contar com 30 mil participantes. A expectativa é que a próxima etapa tenha início no dia 27 de julho. As ações da farmacêutica em Nova York subiram 6,9%, a US$ 80,22.

Também contribuiu para o otimismo de investidores dados econômicos positivos nos Estados Unidos. Segundo o Fed, banco central dos EUA, a produção nas fábricas americanas aumentou pelo segundo mês seguido em junho, em um salto de 7,2%, acima das expectativas do mercado. Em maio, a produção nas fábricas avançou 3,8% em maio.

A produção fabril ainda está 11,1% abaixo de seu nível de fevereiro.

Outro ponto positivo foi o forte balanço trimestral da Goldman Sachs. A receita com transações do banco americano dobrou no segundo trimestre, impulsionada pela grande volatilidade nos mercados de ações e títulos desde março, e levou o lucro líquido do banco a aumentar 2%, para US$ 2,25 bilhões no segundo trimestre, acima das projeções do mercado.

Com as surpresas positivas, as Bolsas de Nova York fecharam em alta. S&P 500 subiu 0,9%, Dow Jones, 0,85% e Nasdaq, 0,6%. Os preços do petróleo também avançaram. O barril de Brent (referência internacional) sobe 1,6%, a US$ 43,59., depois que dados da agência de energia dos EUA mostraram que os estoques de petróleo do país recuaram em 7,5 milhões de barris na semana passada —analistas esperavam uma queda de 2,1 milhões de barris, segundo pesquisa da Reuters.

O real, porém, não sustentou o viés positivo e perdeu valor ante o dólar, que fechou em alta de 0,67%, a R$ 5,3840. O turismo está a R$ 5,68. A alta da moeda americana reflete a tensão entre EUA e China em torno de Hong Kong e a saída de capital do Brasil. O fluxo cambial ficou negativo em quase US$ 2 bilhões apenas na semana passada, elevando o déficit de julho a US$ 2,376 bilhões. No ano, a debandada é de quase US$ 15 bilhões.

O foco dos investidores se volta agora para o PIB (Produto Interno Bruto) chinês, que serão divulgados na noite desta quarta. Economistas consultados pela Reuters estimam crescimento de 9,6% no segundo trimestre sobre um ano antes. A China é o principal parceiro comercial do Brasil e a segunda maior economia do mundo.