A falta de estoque de sangue em uma unidade de saúde pode gerar o cancelamento de intervenções cirúrgicas e outros procedimentos médicos, como a quimioterapia, ocasionando risco de morte ao paciente. Por entender que também cabe ao poder público elaborar políticas públicas e de incentivo que cada vez possam conscientizar a população para a doação de sangue e, de igual forma, criar mecanismos que despertem este interesse, o vereador Bui Bulhões apresentou, na Câmara Municipal de Jequié, Projeto de Lei que institui a meia-entrada para doadores regulares de sangue em locais públicos de cultura, esporte e lazer, realizados em locais mantidos pelas entidades e pelos órgãos das administrações direta e indireta do município de Jequié como forma de estímulo às doações.
Bui Bulhões explica que, para efetivos desta lei, considerar-se-á como casa de diversões os estabelecimentos que realizem espetáculos musicais, artísticos, circenses, teatrais, cinematográficos, feiras, exposições zoológicas, pontos turísticos, estádios, atividades sociais, recreativas, culturais, esportivas e quaisquer outras que proporcionem lazer, cultura e entretenimento.
De acordo com o projeto aprovado pela Câmara, a meia entrada corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do ingresso cobrado, sem restrição de data e horário e considera-se doador regular de sangue aquele que realize, no mínimo, duas doações nos últimos doze meses, atestadas por órgão oficial ou entidade credenciada pelo poder público.
Ao justificar sua iniciativa, o vereador Bui Bulhões informou que a doação de sangue é uma atitude que materializa a solidariedade e empatia e que a falta de estoque de sangue em uma unidade de saúde pode gerar o cancelamento de intervenções cirúrgicas e outros procedimentos médicos, como a quimioterapia, ocasionando risco de morte ao paciente.
Informa ainda que no Brasil, o número de doadores corresponde a apenas 1,8% da população, enquanto em países da Europa, cerca de 7% da população é doadora de sangue. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que cada país tenha entre 3% e 5% de sua população doadora de sangue frequente.
Conclui o parlamentar afirmando que, perante a importância da doação, o impacto financeiro da medida torna-se insignificante, e, ademais, existe cunho pedagógico da medida: a população conhecerá de maneira mais impactante os benefícios de se ser doador de sangue.