Ex-ministro Palocci relata entregas de ”dinheiro vivo” ao ex-presidente Lula, diz jornal

Delação de Antonio Palocci atinge Lula. Foto: Ricardo Stuckert

O ex-ministro Antonio Palocci relata na proposta de delação que negocia com a força-tarefa da Operação Lava-Jato que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usava o dinheiro que era doado ao Instituto Lula para bancar suas despesas pessoais e de seus familiares. A informação foi divulgada pela revista Veja. Segundo a publicação, Palocci afirma que o Instituto Lula mantinha uma contabilidade paralela para acobertar o desvio das doações. O petista relata que quem administrava esse caixa clandestino era Paulo Okamotto, presidente formal do Instituto Lula. Okamotto sempre negou qualquer irregularidade no comando da instituição. O dinheiro teria sido entregue pessoalmente por Palocci a Lula, em pacotes de R$ 30 mil, R$ 40 mil ou R$ 50 mil. As declarações de Palocci foram feitas nas negociações de um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). O relato sobre as entregas a Lula está nos anexos do acordo –uma espécie de sumário do que o delator irá contar, caso o acordo seja fechado. Ainda não há prazo para o compromisso ser fechado nem certeza se a informação será mantida na versão final do acordo. Em resposta à reportagem, o ex-presidente Lula nega que tenha recebido quaisquer valores ilícitos durante ou depois de seu mandato. Por meio de nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, responsável pela defesa do ex-presidente, afirmou que ”Palocci mente para obter benefícios judiciais, que envolvem não só a sua liberdade como o desbloqueio do seu patrimônio”.