Ala radical do PT impede Rui de ser candidato, bagunça montagem da chapa e favorece o Carlismo

Wagner teria colocado o carro na frente dois bois. Foto: PT/Bahia

A sucessão estadual se tornou um ”samba-do-crioulo-doido”. Pelo menos para o Partido dos Trabalhadores, que comanda a Bahia há 16 anos, após ter derrotado o carlismo, grupo político que, apesar de ter saído desgastado do Governo em 2007, ameaça retomar o Palácio de Ondina agora, com o herdeiro do ex-governador Antonio Carlos Magalhães, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto.

Pondo em risco todo o potencial político do petismo no Estado, após uma sequência de quase 8 anos de uma gestão muito bem avaliada pela população, o grupo liderado pelo governador Rui Costa, vem sofrendo com acirradas disputas internas tendo como nero, o ex-governador Jaques Wagner, autoproclamado dono do PT da Bahia, apoiado pelo radicalismo do deputado federal, Jorge Solla, da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, do presidente Éden Valadares, do deputado Valmir Assunção, do deputado Marcelino Galo, das deputadas Alice Portugal, Lídice da Mata e outros que juntos lideram uma ala mais radical que vem incendiando as hostes esquerdistas e chamuscando os pés de Rui.

Mesmo apalavrado com o vice-governador, João Leão, Rui parece não ter o poder de se fazer cumprir o acordo que pacificaria os parceiros de longa data, junto com o PSD, de Otto Alencar que, de uma hora pra outra, passaram a ser rechaçados pelos radicais petistas.

Rui renuncia para disputar vaga de senado, com reais chances de ser eleito, Leão assumiria a máquina estadual por 09 meses, Otto encabeçaria a chapa, indicaria o vice pelo PP, e Wagner, que ainda tem mais quatro anos de mandato no Senado coordenaria a campanha de Lula e o grupo disputaria o pleito com musculatura, união que era temida pelos adversários.

Contudo, Jaques Wagner, depois de desistir da candidatura ao Governo, com anuência dos radicais do PT, parece ter colocado o carro na frente dois bois, nesta segunda-feira (7), ao anunciar que Rui fica no comando do Estado até dezembro e que o partido indicará o cabeça da chapa, ou seja, uma suspeição de impedimento para que o bem avaliado governador se candidate a senador e turbine a conturbada chapa governista.

Nos meios políticos, os burburinhos são de que a desagradável situação deve levar o cacique do PP baiano a pousar suavemente nas turbinas do foguete de ACM Neto e, pelo andar da carruagem e temperatura de momento, o mais provável é que João Leão e os pepistas estejam entoando o versos “A-C-M meu amor ????” mais rápido do que se imagina, aliás, estes, nunca foram esquerdistas.

*por Marcos Frahm