Ala interna do PT critica candidatura de Geraldo Jr e acusa descumprimentos de critérios da sigla, diz matéria do BN

Geraldo Jr. é pré-candidato a prefeito da capital. Foto: Joá Souza

A Articulação de Esquerda, uma das alas internas do PT na Bahia, emitiu um novo posicionamento questionando a candidatura de Geraldo Júnior (MDB), vice-governador da Bahia, a prefeito de Salvador. Publicado no último dia 8 de fevereiro, o documento acusa, em 21 pontos, uma suposta ilegalidade no processo que escolheu o emedebista como candidato ao Palácio Thomé de Souza. Esse não é primeiro posicionamento do grupo contra Geraldo Jr.

De acordo com a nota, a convocatória aos membros do diretório municipal, que ocorreu no dia 30 de janeiro, desrespeitou o Estatuto do PT, que trata em seu artigo 155 que: ”Quando 1/3 (um terço), no mínimo, dos membros do Diretório correspondente ou de sua comissão executiva municipal municipal apresentar proposta de apoio a candidato majoritário, ou candidata, fora do Partido, o Encontro deverá anteceder a realização da Prévia Eleitoral, para que sejam definidas a política de alianças e a tática eleitoral”.

Além disso, também foi pontuado que, durante o encontro, apenas o quórum mínimo se fez presente na reunião e que 15 membros do diretório municipal não compareceram à convocatória da direção, ”não por omissão, mas, sim, por discordarem do método e do conteúdo imposto para a aprovação da ‘nota pública/resolução”.

De acordo com os petistas, o documento aprovado reconhece o governador Jerônimo Rodrigues, o senador Jaques Wagner e o ministro Rui Costa como condutores nesta frente. O questionamento da Articulação de Esquerda ainda cita ”subserviência” do diretório municipal, ”rebaixando e subestimando, mais uma vez, a força do capital político e simbólico do PT” e que essa postura evidencia a que ”falta de um projeto político combativo do PT, para Salvador, conduzirá o Partido à asfixia política na capital baiana e acumulará mais uma derrota eleitoral e política”.

TRANSPARÊNCIA E QUEBRA DE CRITÉRIOS

A ala defende que faltou transparência por parte da comissão executiva municipal da direção municipal do PT de Salvador, que elaborou uma convocatória aos membros do diretório, ”porém não a tornou pública, nem por meio do WhatsApp e nem através do Instagram ‘PT Salvador – Oficial’, como normalmente o faz”.

Outro ponto levantado pelos petistas trata da Resolução determinada pelo Diretório Nacional (DN) do PT, documento que elenca os critérios para indicação de candidaturas do PT para a Federação Brasil da Esperança (formada pelo PT, PV e PCdoB). De acordo com a Resolução do DN: “Quando não for possível alcançar 2/3 dos membros do Diretório, a Instância Municipal decidirá pela realização de prévias ou Encontro Municipal”.

Ainda de acordo com a Articulação de Esquerda, ”mesmo se o método fosse respeitado pela comissão executiva municipal, que não foi o caso, ainda assim, com base na Resolução do DN, a votação para a aprovação em apoio à pré-candidatura de Geraldo Júnior, não alcançou o apoio de 2/3 (30) dos membros do diretório municipal. Ao contrário disso, numericamente, o diretório municipal, mesmo fora dos prazos e das regras estabelecidas, aprovou a ”nota pública/resolução” representada por apenas 27 membros”. As informações são do site Bahia Notícias