Globo reconhece: Denúncia contra o filho de Lula, ”Lulinha”, era mentira

Fábio Luis Lula da Silva. Foto: Reprodução / O Globo
Fábio Luis Lula da Silva. Foto: Reprodução / O Globo

O risco de uma das mais pesadas condenações judiciais da história da imprensa brasileira, tanto no âmbito cível como criminal, levou o jornal O Globo, dos irmãos Marinho, a se retratar neste domingo. Na retratação, O Globo admitiu que a nota publicada na ”estreia triunfal” de Lauro Jardim, egresso de Veja, no dia 11 de outubro, é falsa.

Naquele dia, há menos de um mês, Jardim publicou como ”furo exclusivo” que Fábio Luis Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente Lula, teria sido citado na delação premiada de Fernando Soares, o lobista conhecido como ”Fernando Baiano”, como beneficiário de um pagamento de R$ 2 milhões. Era mentira. Fábio Luis não foi citado por Baiano e, na retratação de hoje, o Globo restabeleceu a verdade nos seguintes termos:

O GLOBO errou

Lulinha não foi citado na delação premiada de Fernando Baiano

Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Lula, não foi citado pelo lobista Fernando Baiano na delação premiada que fez na Operação Lava-Jato. O GLOBO, na coluna de Lauro Jardim no dia 11 de outubro, errou ao dizer que Baiano afirmara ter dado R$ 2 milhões para pagar contas de Lulinha. Na verdade, Baiano não citou o nome e disse que o também lobista e pecuarista José Carlos Bumlai é que pediu o dinheiro alegando que seria para uma nora de Lula.

Ao contrário da notícia de 11 de outubro, que foi manchete, a nota deste domingo não foi a manchete principal do jornal. Embora tenha saído na primeira página, a retratação não teve o mesmo peso da mentira e os advogados de Fábio Luis ainda não decidiram que providências irão tomar.

Antes de se retratar, Lauro Jardim chegou a usar sua coluna para atacar o advogado Roberto Teixeira, cujo escritório defende Fábio Luís, por meio do advogado Cristiano Zanin Martins (confira aqui). O Globo deve manter Lauro Jardim em seus quadros, mas o erro grave do dia 11 criou sérios atritos entre Ali Kamel, diretor de jornalismo do grupo, e Ascânio Sêleme, que comanda o jornal. Como a notícia falsa da coluna de 11 de outubro teve ampla repercussão em outros veículos de comunicação, resta saber se, amanhã, eles também irão se retratar.