O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira a abertura de inquérito para investigar o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O pedido para iniciar as investigações foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a partir de indícios colhidos na Operação Lava-Jato. Primeiro, os autos foram encaminhados ao relator da Lava-Jato no STF, ministro Teori Zavascki. No entanto, Janot alertou que o caso não tem relação com os desvios da Petrobras, apesar de terem surgido na mesma investigação. Por isso, a petição foi repassada para o presidente da corte, ministro Ricardo Lewandowski, que sorteou um novo relator para o caso: Barroso. Agripino é suspeito de ter acertado o recebimento de propina com executivos da OAS, uma das empreiteiras investigadas na Lava-Jato. O dinheiro seria fruto de desvios da obra do estádio Arena das Dunas, em Natal, construído especialmente para a Copa do Mundo do ano passado. ‘A par de não conhecer os fatos que motivaram a abertura deste processo de investigação, mas ter tomado conhecimento pela imprensa de nota da empresa OAS negando as alegações mencionadas, reafirmo estar à disposição do Judiciário para os esclarecimentos que se fizerem necessários”, declarou Agripino em nota divulgada nesta quarta-feira. Segundo os autos que chegaram ao STF, foram apreendidos na Lava-Jato telefones celulares do presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Leo Pinheiro. Nos aparelhos, foram descobertas mensagens trocadas com Agripino sobre outro assunto – o que, em linguagem jurídica, se chama ”encontro fortuito de provas”. O primeiro grupo de mensagens diz respeito a fatos investigados em um inquérito já aberto no STF para investigar se Agripino recebeu vantagem indevida no valor de R$ 1,5 milhão em 2010. Leia mais em O Globo