Foto: Heleno Rezende
Composto por 21 membros, o conselho de ética da Câmara Federal não é um colegiado reconhecido pelo cumprimento irrestrito de suas funções. Dito isso, não surpreendeu a decisão pelo arquivamento da representação contrato o deputado federal (licenciado), Marcos Medrado (PDT) por dez a um. O pedetista foi acionado pelo Psol por suposta venda de emendas ao também deputado federal João Carlos Bacelar (PR). Diante do arquivamento da representação, que poderia levar à cassação do mandato, o presidente do conselho de Ética, o jaguaquarense José Carlos Araújo (PSD), se mostrou indignado. Logo no início da sessão da última quarta-feira (17), Araújo, que só vota em caso de empate, fez um pronunciamento cobrando que o colegiado comece a apurar as denúncias que chegam até ele. De acordo com o deputado, os sucessivos arquivamentos prejudicam a imagem de conselho de Ética e dos parlamentares. “Eu fiz um discurso para mostrar que estas decisões (arquivamentos) são absurdas. Não tem como afirmar que não há provas suficientes antes da investigação. Eu dei entrada num projeto para acabar com o parecer prévio – instrumento que possibilita enterrar uma investigação antes mesmo de iniciá-la –. É ruim para todos. O deputado fica com uma questão em aberto pelo resto da vida. Pode ser apontado na rua como quem fez ilícito e quando argumentar que não fez, ficará exposto a ouvir que impediu uma investigação. É uma mancha”.