Polícia Federal indicia ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por suspeita de organização criminosa

Ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Foto: Reprodução

A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (12), o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA).  A corporação concluiu que ele faz parte de uma organização criminosa. O político é acusado de ter praticado corrupção passiva em relação ao desvio de verbas de projetos de pavimentação financiados com recursos públicos da estatal federal Codevasf.

O indiciamento ocorre sob suspeita dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Juscelino Filho ainda não se manifestou.

As suspeitas recaem sobre possíveis irregularidades em obras realizadas em Vitorino Freire (MA), uma cidade sob a gestão de Luanna Rezende, irmã do ministro. Os trabalhos teriam sido financiados por emendas parlamentares indicadas pelo ministro quando ele exercia o cargo de deputado federal durante o governo de Lula.

A Polícia Federal fundamentou suas investigações em um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que indica que uma das obras beneficiou propriedades pertencentes à família de Juscelino Filho. O relatório conclusivo do caso foi encaminhado ao ministro Flávio Dino, responsável por conduzir o inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), conforme informações do site da corte.

INVESTIGAÇÃO

Em janeiro do ano passado, uma reportagem do ”Estadão” revelou que Juscelino Filho destinou R$ 5 milhões do chamado orçamento sigiloso para financiar o asfaltamento de uma estrada de terra que passa em frente à sua propriedade rural, localizada no município maranhense de Vitorino Freire. Durante seu mandato como deputado federal pelo partido União Brasil, Juscelino direcionou os recursos para a prefeitura, que é administrada por sua irmã.

Em setembro, uma operação da Polícia Federal teve como alvo Luanna Rezende. A corporação chegou a solicitar autorização para realizar buscas na residência de Juscelino Filho ao ministro Luis Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), porém o pedido foi negado.

Através da Codefasf, agência do governo federal, pelo menos quatro empresas, relacionadas a amigos, ex-assessores e até mesmo uma cunhada do ministro, foram beneficiadas com contratos que totalizam mais de R$ 36 milhões com a prefeitura de Vitorino Freire. As informações são do Bahia Notícias