Nem bem a cidade saiu de uma eleição já tem gente colocando os pés na próxima disputa eleitoral. É a turma que está de olho na cobiçada cadeira de chefe do executivo municipal de Jaguaquara que vem abastecendo os bastidores da política com citação de nomes visando à sucessão da prefeita Edione Agostinone (PP).
O combustível para as especulações teve origem no decorrer das eleições de outubro passado, com o reaparecimento do empresário Ricardo Lealdade (PT), no palanque do governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT), ao lado do atual governador Rui Costa (PT).
Embora tenha sido uma das principais apoiadoras da candidatura de Jerônimo no Município e seja candidata natural para renovação de seu mandato, as pretensões de Edione podem ser ameaçadas se confirmados os comentários de que Lealdade, que estava afastado do mundo político, pelo menos em eventos públicos, pode ser candidato a prefeito justamente pelo Partido dos Trabalhadores.
Apesar de ter o nome citado apenas no campo das especulações, vale salientar que, em 2012, Ricardo se apresentou bastante competitivo, tendo perdido a eleição para Giuliano Martinelli (PP) por uma diferença de 603 votos, em uma disputa que ficou marcada como a mais emblemática da história política local, por vários fatores.
Ventilações à parte, é fato que a prefeita construiu forte ligação com o grupo petista estadual (leia-se Rui Costa), que destinou inúmeras obras para a cidade. Contudo, não é segredo para ninguém que existem rusgas entre Rui Costa e Giuliano Martinelli, padrinho – político de Edione e que apesar de não ter convencido a prefeita a apoiar a candidatura do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (UB) ao Governo da Bahia ainda mantém indicações na gestão pública municipal, mesmo diante da aparente ruptura entre a atual e o ex mandatários.
Com distanciamento, sem dividir palanque, Agotinone apoiou para de deputado federal o atual vice-governador e agora adversário do PT, João Leão, cacique do PP baiano, além de defender a candidatura de Cacá Leão (PP) ao senado, também apoiados por Martinelli, além de ter marchado com Hassan Iosseff (PP), afilhado político do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), eleito deputado estadual, mais uma liderança que caminhou com ACM.
Por outro lado, advoga a favor de Lealdade, a amizade fraterna que o une ao governador e futuro ministro que, inclusive, costuma hospedar-se em sua residência durante suas passagens pela cidade.
Se vão vigar ou não ninguém sabe, mas as articulações, ainda nos bastidores, interessam muito aos adversários da prefeita que podem ser favorecidos caso haja uma ruptura do elo que liga Edione a Rui, Jerônimo e outras figuras petistas. Há quem diga que que a prefeita se movimenta e estaria disposta a ingressar no próprio PT para minar, pela legenda, uma possível candidatura de Ricardo, que sequer comenta o assunto.
*por Marcos Frahm