O governo federal indica a maioria dos conselheiros da Petrobras que decidem sobre o reajuste dos preços dos combustíveis. Hoje, o conselho é formado por 11 membros. Desses, seis foram indicados pelo governo Bolsonaro e votaram a favor do reajuste que começou a valer neste sábado, segundo informações do colunista Lauro Jardim do Globo.
Há quase um mês, o governo tenta trocar o comando da Petrobras para forçar uma mudança na política de preços da petroleira: em maio, o Ministério de Minas e Energia anunciou a demissão de José Mauro Ferreira Coelho da presidência da empresa e a indicação de Caio Mário Paes de Andrade, atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, para o posto.
Junto com o executivo, o governo pretende trocar os conselheiros da estatal, e encaminhou uma lista com oito nomes de total confiança do Palácio do Planalto e da equipe econômica.
O governo pressionou José Mauro a renunciar, mas ele resistiu – e o governo precisa aguardar os trâmites legais, que preveem que a diretoria convoque uma assembleia de acionistas 30 dias após receber a indicação dos conselheiros. É essa assembleia que elege os conselheiros – mas o governo tem a maioria de votos por ser o maior acionista.
A pressa do governo em tentar mudar o conselho de administração e a diretoria da estatal visava evitar novos reajustes de preços dos combustíveis até a eleição (o que o governo já não conseguiu). Isso porque os reajustes são definidos pelo Conselho e pela direção da empresa.