O primeiro sistema orgânico do Brasil para a produção do maracujazeiro foi desenvolvido na Bahia por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O anúncio foi feito pela empresa no final de junho. Conforme a Embrapa, experimentos realizados no município de Lençóis, na Chapada Diamantina, Bahia, mostraram que o sistema criado apresenta níveis de produtividade muito superiores aos registrados no sistema convencional no estado: 28 toneladas por hectare (t/ha) contra 10,5 t/ha, em média.
O resultado também supera em mais de duas vezes a produtividade média nacional, de 13,5 t/ha. Por enquanto, segundo a Embrapa, o pacote tecnológico está restrito a essa região da Bahia, mas a ideia é estendê-lo a outros polos produtores no Brasil. Os pesquisadores constataram que o aumento de produtividade foi alcançado com o novo sistema mesmo com a exposição da cultura a viroses do maracujazeiro.
Para se ter uma ideia do potencial de dano dessas doenças, no primeiro ciclo do sistema orgânico, antes da contaminação da lavoura, a produção chegou a atingir uma média de 37 t/ha. O controle das viroses e o desenvolvimento de variedades de plantas de maracujá resistentes ainda estão entre os grandes desafios para a pesquisa agropecuária. Com mais de 16 mil hectares plantados, a Bahia é o maior produtor de maracujá no País — 170.910 toneladas, o que representa 31% da produção nacional, segundo dados de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a Embrapa, apesar de não haver informações oficiais disponíveis para o sistema orgânico, acredita-se que 0,5% da área cultivada no estado esteja nesse sistema, e a demanda é crescente. Para ser considerado orgânico, o produtor deve usar técnicas ambientalmente sustentáveis e não pode utilizar agrotóxicos nem adubos químicos solúveis. Leia mais