Para torcer por uma reação na Série A e a fuga do rebaixamento, o torcedor do Vitória precisa ter fé e evitar olhar para o passado. É que, nesta reta final de campeonato, o rubro-negro vai encarar a sequência em que teve seu pior desempenho no 1º turno. Restam quatro jogos para o Leão no Brasileiro. O primeiro é neste sábado (17), às 18h (horário da Bahia), no Barradão, contra o Atlético-PR. Na sequência tem o Cruzeiro, na quarta-feira (21), no Mineirão; o Grêmio, no dia 25, em Salvador; e o Palmeiras, no dia 2 de dezembro, em São Paulo. O próximo adversário foi o mesmo time que, no 1º turno, aplicou 4×0 no rubro-negro em partida realizada em Curitiba. Aquele foi o último jogo do técnico Vagner Mancini no clube. Curioso é que, antes de assumir o time para enfrentar o Bahia, no domingo (11), o técnico João Burse só tinha dois jogos no comando interino do Vitória. Foram justamente diante do Cruzeiro e do Grêmio. Contra a Raposa, empate por 1×1 no Barradão. Diante dos gaúchos, goleada por 4×0 em Porto Alegre. Contra o Palmeiras, outra goleada: 3×0. Aquele foi o último jogo do 1º turno e primeiro sob o comando de Carpegiani. A sequência negativa teve, portanto, os três técnicos que ficaram à frente do Vitória na temporada. Somando com a derrota para o Flamengo, na primeira rodada do 2º turno, o Leão fechou naquele momento cinco jogos sem vencer. Foi uma das duas maiores sequências do rubro-negro sem vitória na Série A. A outra é a atual. O Vitória completou na última quarta-feira (14), no mesmo dia em que empatou por 0x0 com o Sport, exatamente um mês sem vencer no Brasileiro. A última vez foi diante da Chapecoense, por 1×0, fora de casa. Gol de Lucas Fernandes. A diferença do atual jejum de cinco jogos para o anterior é o número de pontos somados. No primeiro, o Leão empatou uma partida e perdeu quatro. Agora, inverteu a lógica: empatou quatro e perdeu apenas uma.
Baita desafio
Na sequência dos quatro jogos finais do 1º turno, com um ponto somado em quatro jogos, o Leão teve 8% de aproveitamento. Agora, na mesma sequência, só que no returno, a estimativa é que o time precisa de 66% de rendimento para evitar a queda. A lógica é a seguinte: a linha de corte projetada pelos matemáticos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para evitar o rebaixamento é de 44 pontos. O Vitória tem 36 – ou seja, precisa somar 8 pontos dos últimos 12 disputados. Em resumo, seria um desempenho de campeão brasileiro. Atualmente, só o Palmeiras, líder da Série A, tem aproveitamento igual ou melhor. O do Verdão é de 68%. Na referida sequência final do 1º turno, o Vitória sofreu 12 gols em quatro partidas. Isso equivale a quase 22% dos gols tomados pelo rubro-negro durante todo o campeonato – atualmente a equipe tem a pior defesa da Série A, com 55 tentos sofridos. O técnico João Burse confia na reação, começando pelo duelo com o Atlético-PR: ”A torcida vai nos apoiar. Os jogadores têm correspondido em campo. Eles viram isso durante o jogo contra o Bahia, contra o Sport, (o time) se doando, tentando acertar. Não está faltando entrega”. *Correio da Bahia