A indústria da construção amargou fortes prejuízos com a greve dos caminhoneiros, que se estendeu pelos últimos dez dias de maio. A interrupção no transporte de insumos e produtos causou queda da atividade e aumento da ociosidade, além de impactar negativamente a expectativa dos empresários. A atividade recuou 2,5 pontos, de 46,9, em abril, para 44,4, em maio, na maior retração registrada desde dezembro de 2014, quando o indicador apresentou queda de 3,6 pontos. O indicador de Sondagem da Indústria da Construção, divulgado hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revelou ainda piora na situação atual de emprego. O número de empregados recuou 0,3 ponto, o que fez com que o indicador ficasse em 44,3 pontos em maio. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quando estão abaixo dos 50 pontos, mostram queda da atividade e do emprego. A utilização da capacidade de operação ficou em 57%. Isso significa que o setor manteve fora de operação 43% das máquinas, equipamentos e pessoal no mês passado. “Com a greve dos caminhoneiros, a indústria da construção tem sofrido ainda mais dificuldades para se recuperar da crise econômica. O setor foi o primeiro a sentir os efeitos da recessão e vem enfrentado quedas consecutivas na atividade e no emprego”, afirma a economista da CNI Isabel Mendes. De acordo com a pesquisa, os índices de expectativas e de confiança dos empresários mostram que não há perspectivas de reação do setor nos próximos meses. Todos os indicadores de expectativa tiveram quedas expressivas neste mês. Com exceção do índice de expectativa de nível de atividade, que recuou para 50 4 pontos, os demais indicadores ficaram abaixo dos 50 pontos, mostrando que os empresários esperam a queda de novos empreendimentos e serviços, da compra de insumos e matérias-primas e do número de empregados nos próximos seis meses.