Exatamente um ano depois de iniciadas as negociações com a finalidade de transferir a gestão do Mercado do Produtor de Jaguaquara (Ceasa) do Governo do Estado da Bahia para um grupo de empresários da cidade, finalmente saiu à definição. Acaba de ser publicada, no Diário Oficial do Estado, a outorga da concessão de uso do Centro de Abastecimento para a empresa D’Onofrio Comércio de Alimentos Ltda., ganhadora do processo licitatório realizado pela Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Sudic). O Blog Marcos Frahm apurou, nesta segunda-feira (18), que o espaço será gerido conjuntamente pelos empresários Américo Pantaleone D’Onofrio e Antônio Ricardo Leal, para exploração, operação, manutenção e desenvolvimento da Ceasa de Jaguaquara, um dos mais tradicionais mercados do gênero no estado da Bahia. O prazo da concessão é de 30 anos, no valor de R$1,6 milhão (um milhão e seiscentos mil reais). Construída há cerca de 30 anos para modernizar a estrutura de armazenamento e comercialização de hortifrutigranjeiros, a Ceasa de Jaguaquara, que movimenta a economia local e regional, já não é mais digna de um município que é o segundo maior produtor do Estado da Bahia. Carece urgentemente de reformas. Os problemas são antigos, crônicos e do conhecimento de todas as esferas de Governo. Vão desde a necessidade de uma ampla reforma, com boxes destinados à comercialização de verduras, dentre outros produtos em padrões modernos, bem como mudanças nas instalações elétrica e hidráulica, estacionamento, sanitários e outras, o que deverá ser feito. Na opinião geral, devido a pouca atenção ao Mercado, a proposta em torno da Parceria Público Privada passou a ser apontada como a solução mais viável para a revitalização e projeção do lugar.
Tudo começou há exatamente um ano
Em dezembro de 2016, o governador Rui Costa (PT) recebeu, em Salvador, uma comitiva de Jaguaquara, da qual participaram o prefeito Giuliano Martinelli (PP) e empresários locais, para avançar nas discussões em torno do controle da Ceasa, a partir da transferência da gestão da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Governo do Estado da Bahia (Sudic) para os empreendedores: Antônio Ricardo Leal, Américo Pantaleone D’Onofrio e Adriano Mitsuo Shibasak. Este último teve participação importante, mas desistiu do projeto. A busca por uma solução prática para a situação do Mercado do Produtor de Jaguaquara demorou a vingar apesar da representatividade dessa reunião, que contou também com a participação do vice-governador João Leão (PP), do então secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jorge Hereda e do presidente da Sudic, Jairo Pinto Vaz [relembre aqui]. Agora, no apagar das luzes de 2017, são dados novos rumos ao setor, importante vetor de desenvolvimento do Município que via o espaço se deteriorar, trazendo transtornos e prejuízos para produtores rurais, empresários, trabalhadores e consumidores em geral. A preocupação procede. É que, se a vizinha cidade de Jequié construísse o seu Mercado do Produtor conforme cogitado, a Ceasa de Jaguaquara, que atende Itabuna, Vitória da Conquista, Ilhéus, Santo Antônio de Jesus, Valença, Feira de Santana, Salvador, além de Jequié e outras, correria sério risco de ser transformada em uma feira pouco representativa, em razão do estado de conservação do prédio. O curioso é que, apesar da união dos líderes políticos aliados do governador no município, o processo de terceirização da Ceasa só avançou depois de uma cobrança do repórter Marcos Frahm, durante entrevista com Rui Costa, no último dia (7) de dezembro, quando o chefe do Executivo baiano visitava Jequié. ”Governador, a situação da Ceasa lá em Jaguaquara está complicada e a terceirização ainda não aconteceu. Os produtores estão reclamando das péssimas condições de trabalho no local. Nem terceiriza e nem é feita uma reestruturação”, disse Frahm. Dias depois, uma reunião na capital baiana definiu e oficializou o assunto.