Na tarde desta quinta-feira (16), alunos do Colégio Estadual Virgílio Pereira de Almeida, localizado no bairro Muritiba, em Jaguaquara, realizaram uma manifestação contra a municipalização da instituição pública de ensino. Os jovens saíram às ruas com faixas e cartazes, com frases de efeito, contra o processo de municipalização, que tem gerado polêmica na cidade. Os estudantes reclamam da transferência da gestão da escola do Estado para o Município, o que segundo eles, representaria regressão, causando um prejuízo de demissão em massa de 19 funcionários terceirizados e mais 17 professores do Reda, além do remanejamento de 14 professores efetivos para outras escolas da rede estadual. De acordo com o gestor escolar, o professor Antônio Filho, que liderou o ato público, o pedido de municipalização partiu da Prefeitura, através de guia de tramitação nº 3979/2017 que está na Coordenação de Articulação Municipal da Secretaria da Educação do Estado da Bahia. O Colégio Estadual Virgílio é uma unidade escolar que funciona com estudantes de ensino fundamental (6º ao 9º ano), Educação de Jovens e Adultos (fundamental e médio), e dois anexos de ensino médio na nona rural, totalizando 1.062 estudantes de todas as modalidades ofertadas. Ele alega que a Prefeitura de Jaguaquara teria que custear, com recursos próprios, pelo período de um ano as despesas do Colégio com o ensino fundamental, o que geraria mais despesas para o município, visto que apenas passaria a receber recursos para estes estudantes até o próximo ano, pois os recursos são destinados apenas de acordo com o censo do ano anterior. O gestor escolar Antônio Filho, que disse ter recebido com surpresa a informação de que o processo de solicitação de municipalização foi feito sem consultar a comunidade escolar, além do CEEP – Pio XII, maior instituição de ensino da rede estadual na cidade, apenas o Virgílio é prédio do Governo do Estado, que poderá servir de base para o novo ensino médio de tempo integral que será gradativamente implantado em todo o país. Ficando somente o Pio XII para ofertar o ensino médio, afirmando Antônio que, toda a cidade de Jaguaquara, terá problemas sérios com falta de vagas e superlotação de salas. ”Eu soube desse processo por acaso. Me informaram de lá da secretaria do estado que havia essa solicitação. Imediatamente comuniquei a toda a comunidade, pois nesta escola tudo é sempre feito de forma muito transparente e participativa”, lamentou. A Prefeitura ainda não se pronunciou sobre o assunto. A Secretaria Estadual da Educação, contata pela redação do Blog Marcos Frahm, informou que vai acompanhar a situação para posteriormente esclarecer. Os estudantes, durante o ato, disseram temer que o Virgílio fique desestruturado em poder do município, citando como exemplo a municipalização do Hospital de Jaguaquara – HMJ, por parte da gestão do ex-governador Paulo Souto, que na ocasião teria atendido solicitação da Prefeitura.