Que a Saúde pública é um dos principais desafios dos governantes, e uma das maiores preocupações da população, não nós restam dúvidas. Mas que em muitos municípios e estados brasileiros ela perpassa, além de questões financeiras, por problemas de gestão, é também uma verdade. O que pode ser o caso de Jaguaquara, no Vale do Jiquiriçá, onde o único hospital público, unidade que pertencia ao governo estadual e que foi municipalizada há mais de 16 anos, no Governo Paulo Souto, funciona sem estrutura suficiente para atender a uma população de quase 60 mil habitantes. Desde quando foi municipalizado, o Hospital Municipal de Jaguaquara – HMJ não passou por nenhum processo de reestruturação. Consequência disso, são: filas que geram superlotação, falta de equipamentos modernos, escassez de recursos, como alega a Prefeitura diante do que o SUS disponibiliza, além da mão de obra, uma vez que faltam mais profissionais, com funções subdividas em especialidades. Para se ter ideia, da defasagem no HMJ, o secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, visitou o Hospital após solicitação do prefeito Giuliano Martinelli em agosto de 2015, e assinou um termo de cessão de um sistema completo de anestesia e de um foco cirúrgico que foram destinados para o Hospital Municipal, para realização de procedimentos cirúrgicos. Na ocasião, com o investimento, a expectativa era de que o número de cirurgias realizadas na unidade passasse de dez por semana para vinte, com os equipamentos, conforme divulgado amplamente na imprensa pela Prefeitura. Resultado: os aparelhos, segundo informações, não funcionam até hoje. Além disso, a promessa de regionalização do atendimento à Saúde na região feita pelo governador Rui Costa, com proposta de reestruturar o HMJ, mesmo sendo municipal, ainda não foi cumprida. Indagado no último dia (3) durante conversa informal com o Blog Marcos Frahm, sobre a prometida reforma do Hospital, Rui respondeu que, durante os dois anos e um mês que está à frente do Executivo baiano, o projeto que deveria ser elaborado pelo município e encaminhado a Secretaria de Saúde da Bahia – Sesab, não chegou em suas mãos, e que sem o projeto em mãos se torna inviável atender o pleito. Rui, ao que parece, deixou transparecer que o projeto deve ser entregue em suas mãos, e não a João Leão, vice-governador, secretário de Planejamento e padrinho político de Martinelli e presidente do seu partido, a quem o gestor sempre recorre e, apesar do laço estreito, nada consegue. Agora, cabe ao prefeito ser hábil, para correr contra o tempo e chegar ao governador, com jogo de cintura e um projeto que atenda o orçamento do Estado, já que o Governo também alega crise econômico-financeira, e tentar tirar da gaveta e do papel, mesmo tardiamente ou não, a importante proposta de requalificação do HMJ.