Um pedido diferente, triste e complicado para o Papai Noel, mas que poderia ser fácil e rápido se a assistência pública a saúde respeitasse mais a vida humana. O apelo pelo direito garantido na constituição ao ”bom velhinho”, vem do distrito Stela Dubois – Entroncamento de Jaguaquara. Segundo publicação do site Bocão News, da capital baiana, há seis meses, a dona de casa Marilene Silva Santos, 40 anos, sofre para conseguir o tratamento cirúrgico para filha Yanna dos Santos Santana, 10 meses, que foi diagnosticada ainda no ventre, com Hidronefrose renal. Ainda de acordo com o site, Marilene entrou em contato com a reportagem do Bocão e fez um apelo emocionante. ”O maior presente que poderia ganhar neste Natal, seria a cirurgia da minha filha”. A Hidronefrose renal é uma doença que consiste na dilatação e distensão da pelve renal, habitualmente resultante de uma interrupção do fluxo de urina oriunda do rim. Normalmente, a urina deixa os rins a uma pressão muito baixa. Yanna e a mãe lutam contra a doença desde quando a bebê nasceu. Marilene disse que tenta a cirurgia da bebê desde os primeiros dias de vida da garotinha. ”Ela foi acompanhada desde quando nasceu por médicos da cidade, ela fez vários exames e em junho deste ano foi encaminhada para o Hospital das Clínicas em Salvador, onde ela foi atendida pelo Dr. Nayguel Campos, que solicitou novos exames”, relata. Com novos exames em mãos, Marilene retornou com Yanna em setembro ao Hospital das Clínicas para a avaliação médica, que antecede a cirurgia. O procedimento estava marcado para o dia 16 de novembro, mas não aconteceu. ”O médico solicitou que eu deixasse outra criança em estado mais grave ser atendida antes de Yanna. Eu atendi a solicitação dele”, explica. Ainda segundo a mãe de Yanna, a nova data cirurgia ficou marcada para 29 de novembro e só não seria realizada, se não tivesse vaga disponível em UTI. A dona de casa relatou também que a bebê mais uma vez passou por mais exames e estresses hospitalares. ”Só em novembro Yanna passou por duas consultas com anestesiologista. Ela fica abatida com isso”, desabafa.
Como se o sofrimento de Yanna e sua mãe estivesse pouco, Marilene relata que quando chegou no Hospital das Clínicas no dia 29, o nome de Yanna não estava listado para a cirurgia, mas mesmo assim, o médico mandou internar a bebê, porque ele faria o procedimento. ”Ela ficou internada e sempre alguém vinha mandando aguardar confirmar uma vaga na UTI. Já na manhã do dia 30, quanto a bebê entrou no centro cirúrgico para iniciar a cirurgia, outro médico informou que estava disponível para fazer a cirurgia, mas não poderia, porque naquela unidade hospitalar não havia um carro de anestesia apropriado para o procedimento”, relata. Decepcionada e desesperada, Marilene procurou DR. Nayguel e não teve a atenção que esperava. ”Ele disse apenas que não teria nenhuma data marcada e que eu teria que resolver apenas com o Hospital das Clínicas. O hospital entregou um documento de alta e mandou voltar dois meses depois. Então estamos sem previsão da cirurgia, voltamos a estaca zero e Yanna está piorando”, desabafa a mãe que classificou como “absurdo”, marcar uma cirurgia sem confirmar a vaga na UTI e o equipamento que deveria existir no hospital. Enquanto isso, Marilene diz que Yanna está vivendo apenas com medicamentos, pois ela corre riscos. ”Ela tem sistema urinário complicado. A Hidronefrose renal está no nível moderado e a bebê está com um rim direito sem funcionar. Yanna aguarda sem nenhuma perspectiva para o tratamento que é urgente”, disse. A reportagem do site Bocão News publicou que entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hospital das Clínicas, mas não teve as ligações atendidas ou retornadas.