Os policiais envolvidos na ação que resultou na morte da menina Geovanna Nogueira da Paixão, de 11 anos, no bairro Jardim Santo Inácio, em Salvador, entregaram as armas para serem periciadas e foram afastados dos trabalhos nas ruas. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (26) pela assessoria de comunicação da Polícia Militar. Geovanna foi baleada na porta da casa onde morava durante uma operação policial, na manhã de quarta-feira (24). Os policiais afirmaram que houve uma troca de tiros com suspeitos na região. Já os familiares da vítima negam a versão e acusam os PMs de chegarem atirando no bairro e de terem deflagrado o disparo que matou a menina, atingida na cabeça. Conforme a PM, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado pela Corregedoria da corporação no mesmo dia do ocorrido, para apurar de onde partiu o disparo que matou a garota. A polícia não informou quantos policiais participaram da ação e nem os nomes dos agentes, lotados na 48ª Companhia Independente (CIPM/Mata Escura). O tipo de arma usadas por eles também não foi divulgado. No dia do ocorrido, ainda conforme a corporação, familiares da garota foram ouvidos e foi realizada a perícia no local da ocorrência. As armas dos policiais, afastados das atividades operacionais até a conclusão do IPM, foram recolhidas para perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT). O prazo de apuração é de 40 dias, podendo ser prorrogável por mais 20 dias. A corporação disse ainda que só irá se posicionar após a conclusão do inquérito. Sob muita comoção, Geovanna foi enterrada no início da tarde desta sexta-feira (26), no Cemitério Municipal de Paripe, no subúrbio de Salvador. Amigos e familiares da menina acompanharam a despedida. Eles levaram cartazes com pedido de Justiça e também vestiram camisas com a foto da garota.
De acordo com a Polícia Militar, agentes da 48ª Companhia Independente (CIPM/Mata Escura) faziam buscas por autores de homicídios na localidade conhecida como ”Paz e Vida”, quando foram recebidos a tiros por criminosos. A PM disse que revidou a ação dos bandidos quando, ao final do confronto, escutou os gritos de um homem pedindo socorro para a garota que foi baleada. A vítima foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santo Inácio, mas não resistiu ao ferimento. O avô da criança, Francisco Carlos Nogueira, de 66 anos, disse que a neta foi baleada quando ele estava chegando em casa. Ela foi abrir a porta para ele entrar. Familiares contam que a menina foi atingida por um tiro na cabeça. Por conta da morte, moradores realizaram um protesto na entrada do bairro de Santo Inácio ainda na quarta-feira. Na quinta-feira (25), um ônibus foi incendiado na região e a polícia apura se tem relação com a morte da garota.