Rui cita débito de R$ 8 mi e negar caixa 2 da odebrecht: ”sou cri-cri com essas coisas”

Foto: Carol Garcia
Governador afirma ser cri-cri e detalhista Foto: Carol Garcia

O governador Rui Costa (PT) negou, nesta segunda-feira (12/12), ter recebido recursos da Odebrecht, via caixa 2, na eleição de 2014, que o levou ao Palácio de Ondina. Em delação premiada, o ex-executivo da construtora, Cláudio Melo Filho, apontou que o petista teria recebido ”aproximadamente R$ 10 milhões a pretexto de campanha”. ”Se tem algo que os amigos, que as pessoas que me conhecem, sabem é que eu sou chato, que sou cri-cri com essas coisas. Muita gente, muitos empresários reclamam disso, porque eu sou muito cri-cri e detalhista nas coisas, porque eu gosto das coisas feitas corretamente”, afirmou o chefe do Executivo baiano, durante evento do PSD no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), segundo publicação do site Bahia.ba. ”Tão importante quanto a opinião pública é a memória dos meus pais e a imagem que eu tenho para com meus filhos”, complementou. De acordo com Rui, um fato que pode comprovar o seu não envolvimento com o esquema de propinas da empreiteira é o débito que ele herdou do pleito. ”Olha, eu saí com R$ 13 milhões de dívida. Eu ainda tenho R$ 8 milhões. Você acha que um governador com dois anos de mandato, se estivesse disposto a dar um ‘jeitinho’, já não teria quitado essa dívida? Então, eu não dou jeitinho nisso. Foi assim durante a campanha e é assim depois da campanha. Ou o dinheiro vai entrar de forma legal, conforme a lei manda, ou eu não vou aceitar”, disse, embora admita ter recebido sugestão de receber dinheiro ”por fora” de ”coordenadores de campanha”, sem mencionar nomes. O governador admitiu conhecer o empresário, o qual teria encontrado algumas vezes, mas refutou manter ”relação de intimidade ou algo mais pessoal” com o delator, cujas afirmações na contribuição premiada avaliou como ”aberrações”. ”Se for nesse ritmo aí, se for na base da especulação, não ficará nenhum político do Brasil sem ser citado, porque se tudo for na base do ‘eu ouvi dizer, eu acho’, ninguém precisa apresentar prova. Basta dizer ‘eu acho’ e já está todo mundo aparecendo nos jornais. Esse é o primeiro de 73 que vão falar, então a lista ainda vai ser grande. Eu acho que o trabalho continua e a imagem de quem é certo, de quem é correto, vai continuar sendo”, apostou.