Pequenos negócios não recuperam perdas na pandemia mesmo com reabertura, diz presidente do Sebrae

Presidente do Sebrae, Meller, durante entrevista. Foto: Reprodução

A reabertura da economia durante a pandemia, com a diminuição das restrições a atividades e a circulação de pessoas, não tem reduzido as perdas nos pequenos negócios, segundo o Sebrae. O órgão federal destaca que 79% destes empreendimentos revelam perdas agora em junho, mesmo percentual de fevereiro deste ano.

O índice é o pior desde julho de 2020, quando 81% dos pequenos negócios revelavam perda de receitas. Esse é o resultado da 11ª edição da pesquisa O Impacto da pandemia do coronavírus nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O levantamento também revelou que – na média – as pequenas empresas estão faturando 43% menos do que o registrado antes da pandemia.

”A pesquisa nos permite perceber que apenas a autorização para reabertura das empresas não é fator suficiente para influenciar de forma positiva o faturamento desses negócios”, analisa o presidente do Sebrae, Carlos Melles. De acordo com o órgão, quanto menor o porte da empresa, mais difícil obter crédito para manter o capital de giro e, assim, tocar o empreendimento durante a pandemia

Mortalidade

Ainda segundo o Sebrae, os microempreendedores individuais (MEI) são o segmento com maior mortalidade de negócios em até cinco anos. A constatação é da pesquisa Sobrevivência de Empresas (2020), realizada com base em dados da Receita Federal e com levantamento de campo. A taxa de negócios que se encerram nessa área de negócios é de 29%. Já as microempresas têm taxa, após cinco anos, de 21,6% e as de pequeno porte, de 17%.

Carlos Melles avalia que a menor sobrevivência entre os pequenos negócios está relacionada à capacidade de gestão, à maior experiência e ao conhecimento do ramo. O gestor destacou as dificuldades adicionais que a pandemia trouxe nesse cenário desfavorável às MEI.

”Entre os pequenos negócios, os microempreendedores individuais foram os que mais amargaram prejuízos no faturamento. Não temos dúvida de que a pandemia de Covid-19 intensificou as dificuldades e impôs outros desafios”, afirmou. Com informações da Agência Brasil.