Governo do Ceará vai pagar por ”informações” sobre atos criminosos no Estado

O governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou na tarde de hoje (11) uma série de medidas para tentar pôr fim à onda de violência que atinge o estado há quase 10 dias. Integrantes de facções criminosas têm promovido ataques violentos contra órgãos públicos, estabelecimentos comerciais e veículos, além de tentativa de explosão de pontes e viadutos. O estado não informa publicamente o número de ocorrências, mas estima-se que, desde o último dia 2, mais de 150 atos criminosos tenham sido notificados. Entre as medidas anunciadas pelo governador, em um vídeo postado em uma rede social, está o envio de um projeto criando a chamada Lei da Recompensa, que prevê o pagamento em dinheiro, pelo estado, por informações que sejam prestadas pela população à polícia e resultem na prevenção de atos criminosos e prisão dos envolvidos em tais ações. O governo também pretende convocar policiais militares que estão na reserva para compor as tropas que atuam no combate ao crime. Outra medida deve ser o aumento na quantidade de horas extras que podem ser pagas a policiais civis e militares, além de bombeiros, para aumentar o efetivo nas ruas. ”Algumas dessas medidas necessitam, por lei, da aprovação do Poder Legislativo. Por esse motivo, solicitei ao presidente da Assembleia [Legislativa], deputado Zezinho Albuquerque, a convocação de uma sessão extraordinária, para os deputados analisarem de imediato as minhas solicitações, o que deve acontecer já neste sábado [12]”, informou o governador.

Agentes penitenciários

Camilo Santana também autorizou a convocação imediata de 220 agentes penitenciários para atuar no sistema carcerário do estado. Eles vão se somar aos 220 que haviam sido convocados na semana passada. ”Repito que essas medidas, além de todas que já tomamos, têm o objetivo de fortalecer o esquema de segurança de nosso estado no duro combate ao crime organizado, que atua nas ruas e no sistema penitenciário. Não aceitamos que, aqui no Ceará, criminosos presos continuem dando ordem de comando de dentro das prisões, como acontece há décadas em todo o Brasil”, acrescentou o governador.