Devastada por diversas acusações de corrupção, de desvios de recursos, tentativas de afastamento, por parte da Câmara Municipal, e afastamento do cargo, após uma ação da Polícia Federal, a gestão do ex-prefeito Sérgio da Gameleira teria deixado as contas do município de Jequié em estado de calamidade pública. Este foi o cenário de terra arrasada apontado pelo novo prefeito, Zé Cocá (PP) que, em entrevista à rádio 95 FM de Jequié, na manhã desta quinta-feira dia (7), afirmou ter, ainda, cerca de R$ 12 milhões de dívidas da gestão passada para pagar, entre salários restantes, contas de água, luz, telefone e fornecedores.
Zé Cocá denunciou ainda que, dos R$ 60 milhões de precatórios da Educação, deixados pela gestão interina de Hassan Iossef, a gestão de Sérgio gastou R$ 30 milhões em apenas dois meses, restando somente R$ 30 milhões.
Durante a entrevista, o prefeito fez uma dura crítica ao deputado federal Antônio Brito que, segundo ele, é ”está desesperado e meio despirocado”, numa referência a oposição criada pelo deputado que teria orientado os vereadores do seu partido, o PSD, a levantarem bandeira contra a criação da Cosip, a contribuição para custeio do serviço de iluminação pública, na cidade que, de acordo com Zé, é a única forma de melhorar a prestação deste serviço para a população.
”Nós estamos tentando, de todas as formas, alinhar o município, mas o que eu tenho visto nesses poucos dias de gestão não vejo em canto nenhum do Brasil. A cidade vive situações atípicas e, se a gente não tomar medidas, vai continuar no mesmo sentido, com o prefeito fingindo que está administrando. Até a estrutura dos órgãos é vergonhosa. A situação da prefeitura e muito ruim e se a gente não fizer um trabalho vai pegar fogo, pois é um lugar que não tem condição de trabalho, não tem banheiro, a parte elétrica deteriorada e as secretarias a mesma coisa. Estamos fazendo um cronograma, mas sem saber por onde começar. São muitas as irregularidades, com um município sucateado, que pagou mais de R$ 40 milhões no mês de dezembro, na sua maioria a fornecedores, deixando faltar quase R$ 9 milhões da folha de pagamento dos servidores”, disparou Cocá.