As incertezas da disputa presidencial são generalizadas, mas no PT ganhou uma faceta específica: o partido definiu como estratégia bradar que Lula é o cara, com o enunciado de que o ex-presidente ”não é mais um ser humano, é uma ideia”.
Mas e daí? Tal estratégia tem prazo de validade curto. Estamos a 81 dias das eleições e todo mundo duvida, inclusive os próprios petistas, que a justiça vá deixar Lula ir até as urnas. É aí que entra Jaques Wagner.
Boa aposta
Wagner já disse que o PT poderia pensar em algum nome de fora do partido, e citou Ciro Gomes, bradou que o PT não tem Plano B, ”só tem o Plano L de Lula”, que o seu projeto é mesmo disputar o Senado pela Bahia, mas jornalistas que trabalham em Brasília dizem que nos bastidores o nome dele é sempre citado entre as apostas plausíveis.
Por que? Dos Estados que o PT governa ou governou, lembram eles, a experiência mais bem sucedida é a Bahia.
Também isso não passa pelo crivo de Wagner. Ele diz que o PT tem também boas experiências com Wellington Dias, no Piauí, e com Tião Viana, no Acre. Talvez a Bahia, por ser maior e mais próximo do sul, dê a visibilidade que os outros não têm, isso ele admite.
Mas o projeto do ”Galego”, como Lula o chama, é a candidatura ao Senado, embora alguns baianos às vezes pareçam contaminados pela turma do Planalto quando dizem que ”Lídice ainda tem chances”.
*Por Levi Vasconcelos, jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.