As eleições de 2014 na Bahia iriam apresentar uma nota digna de capítulo extra na história, fosse quem fosse o vencedor.
Se Paulo Souto, teria a honra de ter sido o único governador baiano eleito três vezes pelo voto direto, com o apêndice de que nas eleições deste ano lograria um feito espetacular, derrotar simultaneamente as máquinas estadual e federal. Algo também inédito.
Se Rui Costa, os créditos e os méritos iriam para Jaques Wagner, que veria coroada de êxito a ousada iniciativa de passar por cima de nomes consagrados como o senador Walter Pinheiro e pegar um ilustre desconhecido para guinar ao posto maior do Estado.
Deu Wagner, o que aliás, pode surpreender ao senso comum, mas não ao próprio.
Ele sempre disse que venceria apontando razões bastante objetivas: os governos ‘de direita’ sempre disseram que ‘o importante não é dar o peixe e sim ensinar a pescar’, e nem davam o peixe e nem ensinavam a pescar.
Os governos do PT deram o peixe com programas como Bolsa Família, programas como água para todos, e começaram a ensinar a pescar quando instalaram mais cinco universidades federais no Estado (Recôncavo, Oeste, Sul e São Francisco).
Apesar do barulho midiático, Dalva Sele foi muito pouco para desconstruir o positivo.
Turma da água – Quando o Ibope proclamou o empate entre Rui e Paulo Souto, na véspera da eleição, João Leão, o vice de Rui, pinotou da cadeira:
– Ganhamos no primeiro turno. Nós fizemos um milhão de cisternas. E lá, na turma da água, a pesquisa não chega.
2014 reedita 2006 – Embora a oposição não acreditasse, por achar que o cenário era outro, as urnas de 2014 reeditaram as de 2006, quando Paulo Souto, então governador, liderou as pesquisas até a véspera.
A diferença é que em 2006 o Ibope acertou na boca de urna. Agora, errou também.