Apesar de distantes, temporal e fisicamente, as eleições nos Estados Unidos da América já começam a impactar no cenário político brasileiro. O xadrez político nacional é tradicionalmente influenciado pelo ”Tio Sam”, principalmente com o vitorioso pelas bandas de lá. A retumbante vitória de Donald Trump, retornando ao comando do país após quatro anos, já tem animado e aquecido o ex-presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro e os seus aliados.
Na esteira do movimento conservador mundial, o Brasil, sem dúvidas, será impactado por essa nova onda. Com pendências judiciais semelhantes, Trump e Bolsonaro respondem pelos ataques a marcos da democracia de seus países. Porém, com a vitória de Trump, um movimento de indultos também pode ser ”exportado” pelos americanos. Animado com a possibilidade de ter seus atos absolvidos pelo Judiciário brasileiro, Bolsonaro já cravou: ”serei o candidato em 2026”.
Mas, e se Bolsonaro, de fato, for o nome da oposição na disputa em 2026? A principal pergunta, que incide diretamente na Bahia, é: como o ex-prefeito de Salvador ACM Neto irá se comportar com mais um embate entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro? O último pleito serviu como alerta de que uma posição neutra com relação ao candidato à presidência impactou diretamente na eleição de 2022. Ainda buscando um candidato para chamar de seu, ACM Neto tem reforçado o coro para uma candidatura do governador de Goiás Ronaldo Caiado, integrante de seu partido.
Pensando em um plano B, o nome do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas também sido cotado para a disputa, como algo mais “light” para realizar a representação da direita. Mas o chefe do Executivo paulista terá peito para encarar o embate ideológico necessário para uma disputa presidencial, com esse formato mais leve do bolsonarismo? O nome de Tarcísio agradaria Neto, que também poderia ser incluído em uma possível chapa, ocupando a vice, em caso de uma composição partidária.
A combinação do nome do PT na Bahia, neste caso o do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que deve disputar a reeleição, apoiado pelo presidente Lula, pleiteando mais um mandato nacional, tem se mostrado mais do que competitiva. Com um cenário de ainda dois ex-governadores entrando na chapa majoritária, com Rui Costa e Jaques Wagner querendo uma cadeira no Senado Federal, a já encorpada combinação pode ganhar traços de insuperável.
A previsão de polarização pode, mais uma vez, também sufocar governadores que tendam ao centro, sem se comprometer com os polos. No caso de Neto, enfrentar, mais uma vez, o aperto entre Lula e Bolsonaro na Bahia pode ser preponderante para a decisão de uma candidatura, ou talvez um recuo. Longe de mandatos eletivos desde o final de 2020, Neto viria para a eleição ao governo com seis anos sem o endosso do voto popular, além de não poder repetir a estratégia do ”tanto faz” usada em 2022. No mínimo arriscado. Com informações do site Bahia Notícias