Um orçamento para recuperação estrutural do Edifício Andrea foi solicitado pela síndica Maria das Graças Rodrigues um mês antes do desabamento do imóvel, em Fortaleza (CE). O prédio desmoronou na terça-feira (15), deixando ao menos seis mortos – outras quatro seguem desaparecidas, incluindo Rodrigues, e sete foram resgatadas vivas.
No dia de 19 de setembro, a vistoria técnica da empresa CAC Engenharia detectou pelo menos 135 pontos com falhas estruturais na área do pilotis do edifício. A informação foi repassada ao G1 por Alberto Cunha, engenheiro e presidente da empresa.
O orçamento pedido pela síndica foi entregue em 30 de setembro, mas a proposta foi recusada, porque uma empresa concorrente ofereceu o serviço com menor custo.
”Quando o meu funcionário ligou, ela disse que a nossa proposta não foi aceita em assembleia, porque nosso preço tinha sido muito caro e o outro tinha sido 30% abaixo da nossa proposta”, disse Cunha ao G1.
Durante a visita técnica, encontrou-se rachaduras nos pilares, concreto soltando da armação e ferros soltos. Cunha revelou, também, que a casa de bomba, onde é feito o transporte da água da cisterna para a caixa, concentrava a maior parte das falhas.
”Tem uma área da casa de bomba que já estava muito crítica. As ferragens estavam todas expostas se deteriorando, combogós e pilares comprometidos”, disse.
Para o engenheiro, a síndica tinha ciência dos riscos. ”Ela estava se mostrando preocupada e queria resolver isso logo e que nós mandássemos orçamento o quanto antes”, concluiu.