A retirada de vendedores ambulantes das ruas centrais de Jaguaquara é um assunto que rende na cidade e permeou as discussões na sessão ordinária da Câmara Municipal na noite desta quarta-feira (15).
O vereador Rodrigo Dias (PSD) subiu à tribuna da Casa Legislativa para tratar do tema e, mesmo com a timidez que lhe é peculiar, endureceu o discurso contra o Executivo e lamentou o fato de a Secretaria Municipal de Infraestrutura ter determinado a retirada de tabuleiros de frutas e verduras das calçadas sem antes ouvir os ambulantes. ”Nós não podemos nos calar diante dessa situação. Tinha que haver um pronunciamento aqui, de todos os vereadores, ajudando os ambulantes nessa causa. Acho que a prefeita tem que interceder porque, nós precisamos escutar aqueles comerciantes que foram afetados drasticamente. A maioria ali, vive em vulnerabilidade social e busca ganhar o dinheiro. Fico triste com essas ações por parte do poder público, que na verdade não tem compromisso com os mais pobres, com as pessoas que realmente precisam”, disse Rodrigo.
Gastos com diárias da prefeita
O jovem parlamentar aproveitou para contestar os gastos da Prefeitura com diárias pagas a prefeita Edione Agostinone (PP) durante os oito meses e meio de gestão, R$ 26.500,00 / vinte e seis mil e quinhentos reais. O vereador Gilmar Fonseca (PCdoB) também usou à tribuna, em seguida, tendo afirmado que Rodrigo ”pegou pesado” nas palavras, discordando do colega, ressaltando que os ambulantes estariam atrapalhando os feirantes que reclamavam do comércio informal as vias públicas.
Contudo, o discurso de Rodrigo foi endossado por Júnior da Kombi (PSD) e Dermeval Gama (Republicanos). Júnior pediu para que Gilmar se colocasse no lugar dos ambulantes ao tratar do assunto.
Já o presidente da Câmara, Nildo Pirôpo (PP), saiu na defesa da chefe do Executivo. Para ele, ambas as classes, feirantes e ambulantes tem suas razões e ressaltou que a gestão é feita de decisões, enumerou obras que serão executadas no governo da prefeita aliada. ”Tem as pessoas que gostaram e as que não gostaram. Nós estamos realmente num período de desemprego, mas o gestor de uma cidade tem que tomar algumas decisões que vão desagradar um lado. Não justifica chegar um carro de frango para vender em Jaguaquara e a Vigilância Sanitária sequer saber a origem desses alimentos. Os ambulantes precisam trabalhar, mas de forma organizada”, justificou Pirôpo, que em um tom ameno disse ainda que Edione não estava agindo politicamente para beneficiar comerciantes, que segundo o vereador se posicionaram contrários ao projeto político da atual gestão nas eleições 2020 e assegurou que Agostinone busca a organização do comércio local, sem cunho político. ”Ela não está pensando na questão política”.