Voto vencido na sessão da Câmara de Jaguaquara desta quarta-feira (16), o vereador Rodrigo Dias (PSD), subiu o tom ao comentar a decisão de julgamento, 12 votos 3, que contrariou o Parecer do Tribunal de Contas dos Municípios – TCM, que teria opinado pela reprovação das contas da Prefeitura relativas ao exercício de 2018, de responsabilidade do ex-prefeito do Município, Giuliano Martinelli (PP), por irregularidades. Ele defendeu o Parecer do Tribunal, afirmando ser a decisão correta, e lamentou a aprovação das contas por parte do Poder Legislativo, que poderia deixar o ex-gestor inelegível.
Em um discurso mais longo do que o normal, o jovem Rodrigo, filho do ex-presidente da Casa e ex-candidato a prefeito nas eleições 2020, Raimundo Louzado (PSD), que perdeu a disputa para a então candidata de Martinelli por 58 votos de diferença, a atual prefeita, Edione Agostinone (PP) não poupou alfinetadas aos governistas.
O edil classificou a noite como triste para a população de Jaguaquara, que segundo ele, esperava que a Casa seguisse o que determinou o Tribunal e ainda acusou o presidente de descumprir o Regimento Interno, afirmando que as contas foram colocadas em pauta no tapetão, no jogo político. Presidente, Nildo Pirôpo (PP), aliado de primeira hora de Martinelli negou irregularidades nos trâmites.
Rejeição
Para Rodrigo, extrapolação de despesas com pessoal não foi o único item contábil da rejeição das contas, como defende a base aliada: ”Muitos dizem que é índice de pessoal. Nós sabemos que no TCM tem muitas pessoas técnicas. O município gastou muito mais do que recebeu. Para quem dizia que era um grande gestor, isso é uma grande prova de que não soube administrar o dinheiro público. O futuro político não deve está na decisão dos vereadores. O TCM é um Tribunal de respeito, nós temos que seguir. Aqui eu vi um vereador e eu quero dizer a ele que eu tenho um exemplo a ser seguido, que é o meu pai, que foi presidente dessa casa por três mandatos e nunca foi acusado de rachadinha, não tem posto de combustível na cidade, anda de cabeça erguida e eu ando muito mais. A resposta da população para essas contas veio das urnas. A oposição venceu, mas não levou”, disparou Rodrigo, sem revelar para quem seriam os petardos sobre posto e rachadinha.
Traição
Referindo-se a Giuliano, Rodrigo disse que o mesmo é o campeão de nepotismo e contas reprovadas. ”Dizer ao ex-prefeito falastrão, ditador, que traidor é ele. Foi a uma rádio falar de nomeação em gabinete e nós sabemos que o campeão em nepotismo foi ele”, soltou Rodrigo, fazendo afirmação de que Martinelli não teria credibilidade para falar de nomeações, pois segundo o parlamentar, o ex-prefeito teria indicado a cunhada e filho de um controlador para cargos no gabinete do ex-deputado estadual Zé Cocá (PP), que na concepção de Rodrigo foi traído por Giuliano. Traiu Ademir, traiu Zé Cocá, traiu João Leão. Continue com suas birras políticas. Seu maior exemplo está aqui em Jaguaquara, sua esposa nomeada secretária”, bradou.
Posto
Rodrigo foi rebatido pelo filho do vice-prefeito, o vereador Nei Filho (PP), que usou a tribuna para fazer uma revelação, informar que o seu pai é o proprietário de um posto de combustíveis localizado às margens da BA-545. ”O vereador Rodrigo disse que o vice-prefeito é acusado de ter posto de gasolina. Ele não é acusado, ele tem um posto, que fica ali no Jardim das Flores. O que é conquistado com trabalho tem que ser revelado. O vereador falou sobre o cargo da esposa do ex-prefeito. A mãe do vereador também trabalhou, de forma correta. Se tem alguma objeção, procure o Ministério Público”, retufou. Rodrigo reagiu dizendo que não citou o vice, mas se a carapuça serviu…
Eleição
O filho de Raimundo também havia feito revelação surpreendente, sobre o resultado das eleições municipais em Jaguaquara, quando ressaltou que a oposição venceu, mas não levou. Pirôpo questionou a colocação. ”Isso me fez refletlir”, disse o presidente, que tentou jogar Rodrigo contra a Justiça. Indagado pela redação, por telefone, sobre sua declaração, Dias justificou dizendo ter se atrapalhado, que tentou explicar, que, somados os votos dos quatro candidatos que disputaram o pleito, três opositores superaram Edione em número de votos.