Moradores da Comunidade Quilombola Vila Guaxinim, localizada no município de Cruz das Almas (Recôncavo da Bahia), denunciam uma ação repressiva da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) no território do Quilombo – vizinho à Universidade. Segundo os quilombolas, as ameaças partiram do Chefe da Coordenadoria de Serviços Operacionais da UFRB (CSO), Rodrigo de Souza, do chefe de Vigilância, Bartolomeu dos Santos Filho, e do coordenador da Fazenda Experimental do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB), Erivaldo de Jesus da Silva. “O responsável pela vigilância autorizou em alto e bom som aos vigilantes o uso de arma de fogo, se alguém da comunidade se manifestasse”, afirmou uma moradora que prefere ter sua identidade preservada por medo de represálias. A Comunidade Vila Guaxinim existe há aproximadamente um século, dividindo o espaço com a antiga Escola Agrícola da Bahia, depois Escola de Agronomia da UFBA e hoje UFRB, e com outra comunidade quilombola, a Baixa da Linha. Em 2011 foi realizado um estudo sócio antropológico do local, e encaminhado para a Fundação Palmares o pedido do processo de certificação de comunidade enquanto remanescente de quilombo. Em abril de 2013 a Palmares concedeu a certificação de quilombo à comunidade. ”Os conflitos aumentaram com a implantação da UFRB. Ações para proibir o plantio, construções, ou qualquer tipo melhoria nas condições de vida das famílias, inclusive espalhando vídeos chamando estas comunidades de invasoras, são feitos frequentemente”, desabafou outra moradora, que completou, “os moradores dessas comunidades nasceram, viveram e vivem nesses locais, e reivindicam o direito de continuarem nesse espaço”. A UFRB se pronunciou, após longas tentativas para falar a respeito, através da Pró-reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis. “A PROPAAE sempre pautou sua atuação pelo respeito aos direitos individuais e coletivos. Com este princípio tem dialogado com as comunidades Quilombolas nas vizinhanças da UFRB. Acreditamos que este procedimento é o caminho mais adequado para a solução de questões fundiárias que envolvem a Instituição”, declarou Ronaldo Barros, pró-reitor. De acordo com as informações da Revista Afirma tiva, a Reitoria e a direção do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, foram procuradas, mas não quiseram se pronunciar a respeito. Informações do Bocão News