O deputado federal, Bruno Araújo (PSDB), dono do 342º voto que autorizou o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, foi um dos mais de 280 políticos que tiveram seus nomes citados em planilhas da Odebrecht, apreendida durante a Operação Acarajé, em março. A informação foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim nesta segunda-feira (18/4). ”Senhor presidente, quanta honra o destino me reservou. De poder da, minha voz sair o grito de esperança de milhões de brasileiros. Pernambuco nunca faltou ao Brasil. Por isso digo ao Brasil sim para o futuro!”, disse o deputado. Araújo afirmou que não esperava dar o voto decisivo e confirma ter chorado um pouco no momento em que anunciou no púlpito de votação sua posição pelo impeachment. “Passa um filme de tudo que a gente viveu”, disse. “Acho que foi uma honra, porque eu, como outros colegas líderes, começamos quando a lista nossa de impeachment tinha 60 deputados. Quando muitos não acreditavam nesse processo, quando havia críticas, naturais, internas e externas em relação a nosso posicionamento”, disse. Segundo o colunista, em nota, o deputado de Pernambuco afirmou que as doações recebidas das empreiteiras foram registradas oficialmente. Em 1992 o prosseguimento do impeachment foi decidido pelo voto do deputado Paulo Romano (PFL-MG). ”Pela ética, mas em nome desta Casa e do povo brasileiro, saibamos ser coerentes. Meu voto pela dignidade, por aquilo que Minas Gerais representa, é sim. Viva o Brasil”, disse. A votação, que havia começado às 17h15, foi então interrompida às 18h50 para que o plenário cantasse o Hino Nacional. Do lado de fora do Congresso, houve queima de fogos. Agora, o impeachment segue para o Senado Federal, onde será montada uma comissão especial que irá deliberar sobre sua aceitação. Caso ele seja aceito, abre-se espaço para a acusação e para a defesa da presidente.