A Corte Constitucional da Coreia do Sul confirmou nesta sexta-feira (10) a destituição da presidente Park Geun-hye, suspeita de estar envolvida em um escândalo de corrupção. Ela já estava afastada do cargo, por decisão do Parlamento, desde dezembro passado. As ações de Park “constituem um grave atentado ao espírito (…) da democracia e ao Estado de Direito”, disse o presidente da Corte Constitucional, Lee Jung-Mi. ”A presidente Park Geun-Hye (…) foi destituída”, acrescentou. A decisão unânime do tribunal acaba com meses de crise política e prevê a convocação de eleições antecipadas nos próximos 60 dias. Diante da Corte Constitucional, grupos de opositores e partidários do impeachment se reuniram para acompanhar a sessão decisiva, que foi transmitida pela TV. Após a decisão da corte, aconteceram protestos, que terminaram com pessoas mortas. Park, filha do ditador Park Chung-hee, se tornou a primeira presidenta da Coreia do Sul, ao ser eleita em 2012 com a maior votação da história democrática do país. Mas seu estilo distante e uma série de polêmicas, somadas ao descontentamento social e político, minaram sua popularidade e levaram milhões de pessoas às ruas para pedir o impeachment. Em dezembro, o Parlamento destituiu Park por corrupção e abuso de poder, em uma decisão confirmada nesta sexta pela mais alta corte do país. Park, de 65 anos, se tornou a primeira líder sul-coreana eleita democraticamente a ser retirada do cargo. Com a decisão, Park será obrigada a abandonar o Palácio Presidencial e perderá sua imunidade de chefe de Estado. Ela vai enfrentar a um novo inquérito de procuradores federais. O escândalo político teve como figura central Choi Soon-sil, chamada de ”Rasputina” pela imprensa local. Amiga de Park há 40 anos, Choi Soon-sil é acusada de utilizar sua influência para receber mais de US$ 70 milhões de diferentes empresas sul-coreanas, e de intromissão nos assuntos do Estado.