Um dia depois de o presidente Michel Temer sinalizar com a possibilidade de a reforma da Previdência ser derrotada no Congresso Nacional, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, disse que a equipe econômica continua confiante na necessidade de aprovar a proposta. “Estamos vendo o Congresso trabalhando junto pela priorização dessa reforma”, afirmou, minimizando indicações de lideranças políticas de que o clima não é o melhor para a votação da PEC, que requer apoio de 308 deputados. Temer fez a indicação de que a reforma da Previdência pode não vingar durante reunião na segunda-feira, 6, com lideranças no Palácio do Planalto. Segundo ele, uma “derrota eventual” não inviabiliza o governo. “Nós continuamos confiantes na necessidade dessa agenda. Óbvio que o Congresso tem experiência na condução de seus temas. Acreditamos que a reforma é um fator que nos levará à sustentação desse ciclo positivo. Se não for feita agora, o que pode acontecer é termos que enfrentar uma reforma mais profunda (no futuro)”, explicou Ana Paula, após dar uma palestra a estudantes de Economia na Universidade de Brasília (UnB). A secretária disse que o governo tem buscado demonstrar os efeitos positivos que a reforma vai trazer para as próximas gerações, principalmente em termos de garantia de pagamento de benefícios. Ela ressaltou ainda que a proposta é “fundamental” para a regra do teto de gastos, uma vez que a Previdência é responsável pela maior parte das despesas obrigatórias, que o governo não pode cortar de forma autônoma. Segundo Ana Paula, a restrição do teto de gastos em 2018 ainda não é muito forte, mas a partir de 2019 o limite começa a ficar mais apertado. É quando os gastos obrigatórios passarão a ocupar uma fatia ainda maior dentro do teto, comprimindo as despesas discricionárias como os investimentos e o custeio da máquina pública.