O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, determinou neste sábado (23/4) a abertura de procedimento para uma apuração preliminar sobre planilhas apreendidas na Operação Lava Jato que mostram doações feitas pelo grupo Odebrecht a políticos com e sem foro privilegiado de diversos partidos. Com isso, o material será analisado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que decidirá se pede ou não a abertura de inquéritos sobre políticos mencionados na lista, que possui pelo menos menos 316 políticos de 24 partidos. Os documentos foram apreendidos na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Junior, que foi preso na 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé. O principal alvo dessa fase foi o marqueteiro João Santana, que trabalhou para o PT, e a mulher dele e sócia, Mônica Moura. Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, Teori também decidiu devolver para o juiz Sérgio Moro o comando das operações Acarajé e Xepa. A primeira, deflagrada em fevereiro, teve como principal alvo o casal, preso preventivamente sob suspeita de receber recursos da Odebrecht por meio de offshore no exterior. Já a operação Xepa foi realizada em março, e foi um desdobramento da Acarajé, com o objetivo de investigar suspeitas de pagamento de propina e lavagem de dinheiro pela empreiteira. Os documentos que serão investigado pela PGR, entre os quais cópias de planilhas com várias anotações a mão, atribuem doações eleitorais a centenas de políticos nas eleições de 2012 e 2014. O ministro seguiu parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que entendeu que não houve investigação de pessoas com foro privilegiado nas duas fases da operação. Para o procurador-geral, as planilhas foram encontradas de modo ”fortuito”.