Na primeira declaração pública, sobre as acusações de Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, sobre as divergência entre o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e a superintendência do Iphan na Bahia – o presidente Michel Temer disse, numa entrevista coletiva, antes da reportagem do Fantástico com Calero, que vai exigir que a gravação entre os dois venha a público. Temer classificou o ato de gravar a conversa de ”indigno”. E afirmou também que não agiu para favorecer o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima. Sobre o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, Michel Temer afirmou: ”Em primeiro lugar, ele parece que gravou a conversa, etc, e com toda franqueza, acho que gravar clandestinamente é sempre algo desarrazoado. É quase indigno. Ou diria mesmo que é indigno, em primeiro lugar, mas um ministro gravar o presidente da República é gravíssimo”, disse. O presidente admitiu também que, se Geddel Vieira Lima tivesse saído antes, teria sido melhor. ”É claro, ganhou uma dimensão extraordinária, porque colocou, se me permite a expressão, no meu colo. Como se eu fosse o advogado de uma causa, que era a história do apartamento, etc”, afirmou. Sobre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, Temer disse que: ”o que o Padilha fez foi exatamente o que, de alguma maneira eu disse quando, porque ele conversou com o Padilha, e disse que tinha esse conflito. E o Padilha sugeriu aquilo que a lei determina: Olha, mande ouvir a Advogacia-Geral da União”. Sobre as delações premiadas de executivos da Odebrecht, o presidente afirmou que: ”que quando se fala que vai alcançar 150 pessoas da classe política, claro que há uma preocupação de natureza institucional. No tocante aos ministros, eu vou verificar o que é que vem, qual é o gesto concreto relativo a essas delações, porque elas não foram ainda assinadas, pelo que eu soube. Quando vier, nós vamos verificar caso a caso”, completou.