O ministro da Justiça recebeu críticas e foi chamado para uma conversa com o presidente Michel Temer, depois de ter antecipado que haveria, nesta semana, mais operações da Lava Jato. O ministro já foi até repreendido. Assim que soube da declaração do ministro, o presidente Michel Temer falou com ele por telefone e hoje vai repetir a cobrança pessoalmente em uma reunião em Brasília. Na avaliação do Planalto, Alexandre de Moraes falou demais, no lugar errado e na hora errada, e isso irritou o presidente. Temer quer que seus ministros entendam que, enquanto estiverem no cargo, não existe opinião pessoal e quando um ministro fala, fala em nome do governo. No domingo (25), em Ribeirão Preto, terra de Palocci, o ministro da Justiça afirmou, durante um evento de campanha do candidato do PSDB que esta semana teria uma nova fase da Lava Jato. ”Pode ficar sossegado. É apoio total à Lava Jato. Essa semana vai tem mais. Podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vocês vão lembrar de mim”, afirmou o ministro. Segundo a Polícia Federal, o Ministério da Justiça não é avisado com antecedência sobre operações especiais. É sugerido, apenas, que o ministro não saia de Brasília sem que sejam informados os detalhes da operação. Logo depois, o próprio ministro se explicou. ”Não foi palpite, foi uma afirmação e eu reitero aqui que, da mesma forma que durante todas as semanas, desde que eu assumi, houve operação, irá continuar tendo operações”. A oposição quer que o ministro se explique no Congresso e também entrou com representação contra Alexandre de Moraes na Procuradoria-Geral da República e na Comissão de Ética da Presidência.