Após audiência de custódia realizada na tarde desta terça-feira (9), a Justiça decretou a prisão preventiva de Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, suspeito de matar o mestre de capoeira Moa do Katendê, durante uma discussão política na madrugada de segunda-feira (8), em Salvador. A decisão foi do juiz Horácio Pinheiro. Agora, o suspeito será encaminhado para o sistema prisional, onde vai aguardar o julgamento. Romualdo Rosário da Costa, mais conhecido como mestre Moa, de 63 anos foi esfaqueado após dizer ao suspeito do crime, que era contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e que tinha votado no PT. Paulo foi preso e confessou o crime. O primo da vítima, Germínio do Amor Divino Pereira, 51 anos, que ficou ferido no mesmo ataque, teve alta nesta terça-feira, e contou como o crime aconteceu. Sob muita comoção e em meio a várias homenagens, Moa do Katendê foi enterrado no final da tarde de segunda-feira (8), no Cemitério Quinta dos Lázaros, na capital baiana. O presidente do bloco Ilê Ayê, Antônio Carlos dos Santos e o cantor Tatau, estiveram no sepultamento. Em homenagem a Moa do Katendê, um grupo fez uma roda de capoeira do lado de fora do cemitério. Os grupos cantaram canções ao toque de berimbaus, para lembrar a importância de Moa para a capoeira, expressão cultural brasileira que mistura a arte marcial com cultura popular e música, desenvolvida no Brasil pelos descendentes de escravo.
O crime
Segundo informações da SSP, Paulo Sérgio reagiu com violência após ouvir o mestre de capoeira afirmar que o grupo com o qual ele estava votava no PT. Em seguida, Paulo saiu do bar e foi em casa, onde pegou uma faca do tipo peixeira e depois retornou para o local onde Moa estava e esfaqueou o capoeirista. O suspeito fugiu por um beco, mas foi preso pela Polícia Militar logo após o crime. Os PMs foram acionados por testemunhas. Segundo a polícia, em depoimento, o suspeito afirmou que entrou em luta corporal com o mestre de capoeira antes de esfaquear a vítima. “Ele [Paulo Sérgio] disse que no momento em que ele voltou para o bar, ele se embolou com a vítima. As testemunhas não confirmam essa versão. Inicialmente, eles discutiram por divergência política”, disse a delegada Milena Calmon. Ainda conforme a polícia, o suspeito ainda disse que foi xingado e que estava consumindo bebida alcoólica desde o início da manhã de domingo. A polícia informou que ele disse que estava arrependido de ter cometido o crime.