A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta quarta-feira (13), pedido da defesa do presidente Michel Temer para impedir o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de atuar nas investigações contra Temer com base na delação premiada dos executivos do grupo J&F. O placar final ficou em 9 a 0. Acompanharam o ministro Luiz Edson Fachin, relator do pedido da defesa e que negou monocraticamente o pedido dos advogados do presidente, os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Dias Toffoli o decano Celso de Mello e a presidente da Corte, Cármem Lúcia. Segundo apurou o Broadcast, o ministro Gilmar Mender estava no prédio do STF, mas não compareceu ao plenário para proferir o seu voto. Esteve ausente da sessão o ministro Luis Roberto Barroso, que se encontra no exterior. Depois de um breve intervalo, os ministros do STF começaram a julgar uma questão de ordem enviada ao plenário pelo ministro Edson Fachin, relator do inquérito contra Temer baseado na delação da JBS. A sessão se prolongou até às 18h15, quando a presidente da Corte, Cármen Lúcia, encerrou a discussão devido ao horário. A votação definitiva deverá ocorrer somente na próxima semana, em data ainda a ser definida. Nesta segunda etapa da sessão plenária, o subprocurador geral da República Nicolao Dino de Castro afirmou que Rodrigo Janot foi ”ludibriado” por executivos do grupo J&F ao firmar os acordos de delação premiada deles. ”O procurador-geral da República foi ludibriado, houve omissão de informações”, afirmou Dino. Na sequência, o advogado do presidente Michel Temer, Antonio Mariz de Oliveira, pediu sustação de eventual nova denúncia até que provas sejam analisadas por completo. O pedido causou um embate com o ministro Marco Aurélio, que afirmou ser a primeira vez, em 27 anos, que se defrontava com um pedido para que o STF obstaculize uma oferta de denúncia. ”A meu ver, isso é grave, porque quebra o sistema”. Informações do Estadão