O juiz federal Sergio Moro determinou que Luiz Inácio Lula da Silva acompanhe presencialmente os depoimentos das 87 testemunhas que sua defesa listou em um dos três processos em que o ex-presidente é réu na Lava Jato. O magistrado justifica que a medida foi tomada para ”prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que poderiam ser substituídas, sem prejuízo, por prova emprestadas [de outros processos]”. No despacho, publicado no início da noite desta segunda (17), Moro reclama que ”parece bastante exagerado” o número de testemunhas listadas por Lula no processo, entre elas “dois senadores, dois deputados federais, o ministro da fazenda e um ministro do TCU”. Ele diz que é ”absolutamente desnecessário” escutar todas as pessoas, porque em outra ação da Lava Jato houve ”várias desistências”, inclusive durante a própria audiência, além de depoimentos ”de caráter eminentemente abonatório ou sem conhecimento específico dos fatos que eram objeto da acusação”. ”De todo modo, é o caso, por ora e para evitar alegações de cerceamento de defesa, de deferir o requerido”, disse Moro. ”Não obstante, já que este julgador terá que ouvir oitenta e sete testemunhas da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva, além de dezenas de outras, embora em menor número arroladas pelos demais acusados, fica consignado que será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências nas quais serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua própria defesa”, acrescentou. O próprio Lula já tem data marcada para ir a Curitiba e depor a Moro: no dia 3 de maio, mas em outra ação. A defesa de Lula foi procurada pela reportagem da Folha de SP, mas não se manifestou até a publicação do texto.