Sem novas mudanças no radar, o Senado se prepara para concluir a reforma da Previdência nesta semana. A votação da proposta em segundo turno no plenário está marcada para esta terça-feira, 22 e pode se alongar até quarta-feira, 23. O texto que será votado prevê uma economia fiscal de R$ 800 bilhões em dez anos.
A reforma foi aprovada em primeiro turno no último dia 1º, com um placar de 56 votos favoráveis e 19 contrários. Para o segundo turno, o governo precisa de 49 votos. Desde que a medida chegou ao Senado, os parlamentares retiraram trechos do texto acumulando uma desidratação de R$ 133 bilhões na economia de uma década. Senadores ouvidos pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, afirmam que as mudanças já chegaram ao limite.
“Não acredito mais (em alterações) porque eu acho que, entre o relatório do Tasso Jereissati e a aprovação do primeiro turno, todas as mudanças possíveis foram construídas”, disse ao Broadcast Político o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM). “Muitas coisas que nós entendíamos que eram exageradas saíram do texto. Essa medida não é uma bolsa de bondades, é amarga, traz sacrifícios.”
Nem mesmo a oposição nutre expectativas em alterar o texto nesta semana. “Talvez, com muita sorte, a gente possa mexer alguma coisa nas aposentadorias especiais por trabalho insalubre e em condições nocivas à saúde. Talvez”, afirmou o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE). Além disso, a crise do PSL não deve causar ruídos na tramitação da matéria. Na avaliação tanto de Braga quanto de Costa, a turbulência no partido do presidente Jair Bolsonaro tem mais impactos na Câmara.