Há um ano e meio, o estudante Lucas Milhomem, de 15 anos, começou a tomar suplementos que também são famosos: maltodextrina e BCAA. Seu objetivo é melhorar o desempenho como atleta. “Ele pratica futebol desde os 5 anos. Quando começou a tomar, ficou mais esperto e tem mais explosão nos treinos”, conta o pai do adolescente, o administrador de empresas Alex Milhomem, de 38 anos. O jovem notou resultados. “Eu não me sinto tão cansado no treino e não tenho tantas dores.” Milhomem diz que estabeleceu regras para que o filho pudesse usar os suplementos. “Sempre tive uma preocupação muito grande. Não deixaria ele tomar com menos de 13 anos. Acho que só depois dessa idade o adolescente passa a ter discernimento e está em uma fase do crescimento adequada para tomar suplementos. Deixei porque ele quer ser um atleta do futebol”, afirma.
Consultor científico da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), Erico Caperuto diz que os nutrientes podem ser usados na adolescência, desde que sejam respeitadas as condições físicas e os objetivos dos jovens. “Na adolescência, o suplemento é ideal, porque vai estimular o crescimento de maneira adequada, mas um nutricionista tem de colocar na quantidade certa e tem de ser associado a uma vida ativa.”
O estudante Diego Ferreira Silveira, de 23 anos, teve uma má experiência com suplementos. No ano passado, ficou internado por 15 dias após usar diferentes produtos de forma excessiva. Ele estava na Irlanda e precisou fazer um tratamento para recuperar o funcionamento dos rins. “Fiquei me tratando durante três meses até melhorar. Até hoje tenho problemas, mas penso duas vezes antes de comprar qualquer coisa”, diz. Silveira reconhece que sua situação foi agravada pelo uso de anabolizantes. “Malho há mais de três anos e comecei a tomar os suplementos há dois. Tomei whey, BCAA, aminoácidos e até anabolizantes. Já gastei mais de R$ 30 mil com cirurgias, mas só para reparar problemas, nada para o meu benefício.”