Meados de abril, e a Prefeitura de Jequié não sabe ainda se vai ou não realizar o grande São João da Praça da Bandeira, principal festa do calendário regional de eventos. O mais provável, hoje, é que seja realizada apenas a Vila Junina. O secretário de relações institucionais e comunicação social, Jacobson Brito, foi o porta-voz da prefeita Tânia Brito no anúncio de que ainda aguarda respostas de possíveis patrocinadores como a Petrobras. Em outras épocas, a essa altura já estavam definidos atrações, programação, plano de mídia e outras estratégias importantes e imprescindíveis, todas tomadas com bastante antecedência, em razão da agenda das bandas e músicos e das pessoas de fora que precisam de tempo para se programar.
Esta não é a primeira vez que a prefeitura alega dificuldades de caixa para ventilar a possibilidade da não realização da grande festa junina. Das vezes anteriores decidiu pela sua manutenção. Não é fácil convencer parcela da população, principalmente agora, quando o jequieense está desprovido de toda e qualquer política cultural. Nas ruas, o comentário geral é: o povo precisa de saúde, trabalho, educação, segurança, cultura, lazer e entretenimento. Não por acaso, muitas pessoas reagiram e saíram logo em defesa do evento que além de cultural tem importância socioeconômica, pois gera emprego e renda a partir do aquecimento das vendas no comércio local. Em resumo: Todo mundo sai perdendo com a não realização de um evento como o São João em uma cidade como Jequié. Também chama atenção a maneira como a decisão foi anunciada. Talvez por falta de habilidade, sequer foi providenciada uma reunião, com bastante antecedência, com as partes interessadas para comunicar a situação. Apesar de tudo, ainda resta um fio de esperança de que o evento venha ser realizado este ano, para evitar que o Município seja ainda mais penalizado com a crise agravada com a corrupção na Petrobras que, dentre outras consequências, motivou a suspensão das obras da ferrovia, com demissão em massa e queda brusca na arrecadação. Parte da crise que atinge em cheio a nossa cidade é culpa do desvio de dinheiro da Petrobras, obra objeto de investigação por parte da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e Supremo Tribunal Federal e de organismos internacionais.
Por Souza Andrade