O governador da Bahia, Rui Costa (PT), rebateu nesta quarta-feira (4) as declarações da promotora de Justiça Rita Tourinho de que diretores do consórcio Fonte Nova Participações (OAS/Odebrecht) recebem salários de R$ 64 mil mensais no contrato de Parceria Público Privada (PPP) para gerir a arena. ”Eu não sei. Esses detalhes eu não sei. Eu não sei quanto os promotores de Justiça ganham. Eu vejo pela imprensa que eles ganham auxílio-moradia mesmo tendo apartamento próprio. Isso é correto? É correto a pessoa que tem apartamento próprio, tem casa própria em Salvador e trabalha em Salvador receber auxílio-moradia? É moral? É ético? É legal?”, indagou Rui em entrevista ao site Bocão News, durante o lançamento do projeto e-Nova Educação, no Instituto Anísio Teixeira, em Salvador. Autora de uma ação civil pública ajuizada contra o consórcio e o governo do Estado, Tourinho diz que, entre as irregularidades apuradas pelo Ministério Público no contrato, estão as remunerações de R$ 32 mil de cinco diretores da Fonte Nova Participações, que, segundo ela, sobe para R$ 64 mil considerando-se os custos empregatícios de cada profissional. ”Eu não sei quanto o responsável pela Fonte Nova ganha. Não sei se é muito, se é pouco, não sei. Agora, o que eu sei é que promotores públicos, como Rita, recebem auxílio-moradia. É ético? É moral isso? Quantas pessoas no Brasil ganham R$ 4.500 de auxílio-moradia? Noventa e cinco por cento do povo brasileiro, noventa e cinco do povo baiano não ganham isso. Então, quem paga esse auxílio-moradia do promotor? É o povo que está na favela, é o povo que está morrendo de fome, é o povo que não tem onde trabalhar”, criticou o governador. ”Sé é para politizar, vamos politizar. Porque eu não sei quanto alguém da iniciativa privada, um engenheiro ou um gerente de uma empresa estão ganhando. Agora, eu sei quanto o promotor ganha. Todos eles ganham acima do teto e ganham auxílio-moradia. Eu não acho isso legal, não acho isso moral”, respondeu o petista.