Dizem que dos maus momentos, pessoais ou coletivos, sempre se tira boas lições. E uma delas, na política, vem agora, no pior momento da pandemia. A sintonia plena dos governantes deixando de lado as diferenças do jogo político. Ou melhor, seguem pelo conceito que sublima a política, o interesse público acima de tudo.
Assim é que Rui Costa (PT), Bruno Reis (DEM) e mais outros tantos prefeitos opositores do governador, como Colbert Martins (MDB), de Feira de Santana, e Nilo Coelho (PSDB) de Guanambi, falam a mesmíssima linguagem e no mesmíssimo tom: o bicho (no caso a Covid) está literalmente pegando.
Efeito carnaval
Rui, que antes de decretar o lockdown reuniu os prefeitos, expôs a situação: o sistema de saúde está à beira do colapso. E todos assentiram, porque nos quatro cantos da Bahia o cenário é o mesmo.
O pior: o Carnaval sem folia, mas com jeito de feriadão, a partir de agora é que vai começar a ser sentido. É fácil presumir: vai piorar.
Veja você. Semana passada, Rui decretou o toque de recolher das 22h às 5h da manhã; depois ampliou, antecipando o fechamento do comércio para as 20h; e agora, menos de uma semana depois, vem com o lockdown.
A lamentar: a convergência política colocando o interesse público acima de tudo deveria ser a regra. Mas também é exceção.