O governo da Bahia e o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado da Bahia (APLB) se reuniram na noite desta quarta-feira (28), na sede da Secretaria de Relações Institucionais (Serin), para tentar resolver o impasse sobre a retomada das aulas semipresenciais na rede estadual de ensino.
Segundo o presidente da APLB, Rui Oliveira, o sindicato reafirmou a posição de que os professores só vão retornar às salas de aula 15 dias após receberem a segunda dose da vacina contra a Covid-19. A categoria é a favor de manter as aulas online até que todos os profissionais estejam imunizados com as duas doses da vacina contra Covid-19.
Ainda segundo Rui Oliveira, a categoria solicitou uma lista com o nome de todos os funcionários da Educação que receberam as duas doses do imunizante. O presidente da APLB informou que o governo do estado, representado pelos secretários Luiz Caetano e Jerônimo Rodrigues, disse que não tinha o documento pronto e que faria o possível para entregar a lista até sexta-feira (30).
O governo da Bahia e a APLB marcaram uma nova reunião para a próxima terça-feira (3), para continuar as discussões sobre a adesão dos professores dentro das escolas.
”A nossa motivação maior para o diálogo é o interesse de que as escolas atendam aos estudantes como tem que ser, seguindo todos os protocolos necessários. Continuaremos conversando com a APLB no sentido de garantir o ensino semipresencial seguro e com qualidade de aprendizagem”, afirmou o secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues.
Na segunda-feira (26), primeiro dia de retomada das aulas semipresenciais na rede estadual de ensino, escolas de Salvador registraram baixo movimento de professores. Neste primeiro momento, apenas as aulas do ensino médio foram retomadas no modelo híbrido (online e presencial).
Em um dos colégios mais conhecidos da capital baiana, o Colégio Central, que fica no bairro de Nazaré, o ensino foi remoto. Muitos professores não foram até a instituição, de acordo com os alunos.
O retorno foi programado para acontecer com as turmas divididas pela metade, dando seguimento ao protocolo de manter 50% da capacidade das salas de aula. Além disso, a escola deve aferir a temperatura de todos que entram na instituição, e o uso de máscara é obrigatório.
Apesar dos protocolos, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado da Bahia (APLB), 95% dos professores da rede estadual não compareceram às salas de aula, na segunda.
A falta de professores também foi registrada no Colégio Estadual Teixeira de Freitas. Estudantes do 3ª ano do ensino médio informaram que alguns professores foram para o colégio, mas se recusaram a dar aulas. Segundo eles, a orientação foi para que os estudantes que estavam no colégio assistissem a aula pelo celular.
No dia 16 de junho, a APLB informou que 95,6% dos professores decidiram pelo retorno apenas após a imunização completa dos funcionários da Educação. A categoria afirmou que a pesquisa realizada pela entidade ouviu quase 17 mil profissionais. No dia 14 de julho, o presidente da APLB já tinha afirmado que a categoria não iria retornar às salas de aula neste mês.
Porém, o governador Rui Costa afirmou que os servidores que não cumprirem a carga horária definida será penalizado com a não remuneração, como qualquer trabalhador que falte ao posto de trabalho.
De acordo com o governo, apesar da baixa adesão, não há previsão para cancelamento das aulas semipresenciais.
Nas escolas municipais, que têm o ensino fundamental e infantil, as aulas semipresenciais já foram retomadas no dia 5 de julho, em formato híbrido. E as unidades particulares da capital retornaram às atividades também em formato híbrido no dia 6 de julho. Com informações do G1