Equilíbrio, negociação, respeito às divergências. Essas foram algumas das palavras enfatizadas pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) na entrevista coletiva na qual foi oficializada a sua candidatura a presidente da Câmara em 2025. O anúncio oficial foi feito pelo presidente do partido, deputado Marcos Pereira (SP), que também é o 1° vice-presidente da Câmara.
Marcos Pereira era até o mês de agosto o candidato do partido à sucessão de Arthur Lira (PP-AL). Entretanto, por conta da dificuldade de viabilizar sua candidatura, Pereira abdicou da pretensão, nos últimos do mês de agosto, e anunciou a candidatura de Motta, jogada que mudou o quadro e levou Lira inclusive a recuar de sua intenção de apoiar o líder do União Brasil, Elmar Nascimento.
Após ter recebido o apoio oficial e público do presidente da Câmara, nesta manhã de terça-feira (29), Hugo Motta, líder do Republicanos, reuniu praticamente toda a bancada do partido para o anúncio da sua candidatura. O evento aconteceu na sede da sigla em Brasília e contou com a presença de 44 dos 45 deputados do Republicanos.
Depois da leitura de uma nota oficial pelo presidente do partido, Hugo Motta falou rapidamente, e suas primeiras palavras foram de agradecimento ao deputado Marcos Pereira. Motta afirmou que o presidente é o “fiador” e maior entusiasta de sua candidatura.
Depois de sua fala, o deputado respondeu a algumas perguntas dos jornalistas. A primeira delas, sobre a decisão do presidente da Câmara de tirar o projeto da anistia aos presos do 8 de janeiro da CCJ e transferi-lo para uma comissão especial, que ainda será criada.
Hugo Motta disse que o projeto da anistia não pode se misturar com a sucessão na Casa, e que essa pauta será discutida com calma e sem açodamento.
”Misturar um tema importante como a anistia para a Mesa Diretora não é justo. Temos desafios que vão além do projeto de lei. Com serenidade, procuraremos conduzir este compromisso. Temos um presidente atual, que é o Lira, e decidiu instalar essa comissão especial, no ambiente correto que tratará apenas dessa pauta. Tenho defendido o equilíbrio. Teremos a cautela necessária para dar essa contribuição. Precisamos ter um ambiente de convergência”, afirmou.
Questionado ainda se essa decisão do deputado Arthur Lira poderia afastar o PL do arco de alianças que sustentará a candidatura dele, Motta afirmou que não está contra o partido, e que esse projeto não seria o único interesse da maior bancada de oposição na Câmara.
”Vamos respeitar os espaços do PL, valorizaremos a bancada, dialogaremos. Por mais importante que seja, o PL da Anistia não é o único ponto ser levado em consideração. Não estamos contra o PL na Anistia, pelo contrário. A Comissão especial constrói um relatório que busque, com equilíbrio, aquilo que a Casa representa”, disse o agora candidato oficial a presidente da Câmara.
*por Edu Mota, de Brasília / BN