Com vasta experiência na vida política, figura pública de profundo conhecimento, René Dubois, que atua como consultor do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em Brasília, foco dos holofotes da política brasileira, afirmou em entrevista ao Blog Marcos Frahm que não há elementos para que a presidente Dilma Rousseff seja alvo de um processo de impeachment. Na avaliação do ex-prefeito de Jaguaquara, até o momento não há elementos institucionais e nem constitucionais para o pedido de impeachment da presidente. No entanto, Dubois citou o escândalo da Petrobras e sinalizou que, as investigações, revelam corrupção comprovada e apontam para um envolvimento de políticos de quase todos os partidos. ”Realmente, começam a surgir notícias diárias e cada uma mais triste, de corrupção campeã no país. Corrupção super comprovada, de pessoas ligadas a praticamente todos os partidos políticos, talvez com exceção do PSOL. Não existe nenhum partido sem elementos corruptos, existem alguns elementos de bem que estão nos partidos e o difícil é você distinguir o joio do trigo. Agora, nisso tudo, é o seguinte: procuram um motivo para votar um de impeachment da presidente, mas a única alegação que se conseguiu, foi com relação às chamadas pedaladas fiscais, que moralmente não causam vergonha a ninguém. É um detalhe de não cumprimento de determinadas normas burocráticas que estão sendo chamadas de pedaladas fiscais. É não deixar atrasar o Bolsa Família e isso foi interpretado como empréstimo compulsório do banco, que o país tomou, sem autorização e foi a pedalada fiscal, mas ninguém conseguiu dizer que Dilma praticou ato e corrupção e se locupletou com qualquer coisa em termos pessoais”, afirmou. Para René Dubois, caso o processo se dê e seja votado no Congresso, seria uma decisão antidemocrática. ”Não há elementos para impeachment, que é uma medida extrema que só deve ser tomada em caso extremo. Então, eu acho que, se o impeachment for votado, a menos que seja provado por alguma coisa, eu entenderei como um golpe. E a sociedade brasileira não merecem um golpe”. Dubois quando indagado sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, foi categórico ao afirmar que acredita na queda de Cunha. ”Não é acusação de um partido indicando uma suspeita. É um governo, uma promotoria de um país sério como a Suíça mandando dizer que o dinheiro está lá. Foi dinheiro de corrupção mesmo e, inclusive, ele está mal visto pelos colegas corruptos que acham que ele foi mais esperto que eles. Eu acho que a situação do Cunha é insustentável”, acredita.